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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

30.6.04

Vão com calma 

Até onde é que os Portugueses estão dispostos a ir para a sua equipa de futebol ganhar o Euro? O entusiasmo é contagiante, os símbolos nacionais fornecem coesão nacional e até uma santinha dá um toque de religiosidade popular. Mas espero que as coisas não se exacerbem mais e o Scolari nos ponha a caminho de Fátima de joelhos ou ao pé-coxinho, vestidos de amarelo-centro-de-bandeira!

posted by perplexo  # 01:28

29.6.04

Política 

O Barroso deve ir para a Europa. Claro que isso é prestigiante para o país.
Sampaio deve pedir ao PSD um nome. Não necessita convocar eleições, se o nome for consensual no PSD.
Embora eleições possam ser apetecíveis para os outros partidos, é eleitoralmente mais rendível deixar passar este novo Governo, porque nenhuma crítica lhes pode ser feita.
O PSD deve escolher um nome direccionado para chefiar o Governo. Se quiser afirmar as suas certezas deve escolher alguém que é a cara desta política – Ferreira Leite; Morais Sarmento.
Santana tem uma imagem de esbanjador, que não cola com a imagem que este governo quer fazer passar – rigor, contenção. Essa imagem de Santana advém quer do túnel do Marquês, quer do carrão, passando pelo balúrdio que deu ao arquitecto americano, possivelmente deitado fora.
Com este post ainda vou ser suspeito de simpatias pelo PSD. Não sou. Sou só o Maquiavel da minha praceta.

28.6.04

E o Jardim aqui tão perto 

Dá que pensar uma pessoa viver dezenas de anos numa cidade, conhecer os centros comerciais, os cinemas, os museus, os monumentos, a maior parte das ruas e nunca ter visitado um espaço tão especial como o Jardim Botânico. Em dias que se frita na praia, em sufoco de multidões e ruído, pode ser uma opção visitar este Jardim, saborear as sombras, o marulhar da folhagem agitada pela brisa e o chilrear da passarada, que apesar de se esforçar, não consegue alterar um global estado de sossego. Pode-se levar um livro e mergulhar na leitura ou apenas namorar, mas em qualquer dos casos há que desfrutar da apoteose de diversidade botânica, deambulando longamente pelas inúmeras alamedas e veredas do Jardim. Nunca tinha conhecido algumas destas nossas conterrâneas com as quais, apesar da falta de parecenças, ainda partilhamos uma boa percentagem de genes. Recomendo particularmente uma tal Chorisia, mais conhecida por «Paineira barriguda», porque o tronco é bojudo a meio, como se fosse o corpo duma jibóia que tivesse engolido uma presa volumosa.
Entra-se pela R. da Escola Politécnica, 58.

27.6.04

Demagogo e chantagista 

João Jardim veio mais uma vez abusar da nossa inteligência. Diz ele que não deve haver eleições só porque o Primeiro-ministro sai de funções, porque, diz ele, o país não suporta tais custos. Esta não é uma posição coerente, mas demagógica. Passasse-se o mesmo com outro partido e lá teríamos de o ouvir clamar por democracia e exigir eleições, «mesmo que isso implique alguns custos para o país» - gritaria.
Esta figura faz parte duma oligarquia populista periférica que domina a sua região pelo poder económico e pelo receio. Faz parte da mesma família caceteira que os Ferreira Torres, os Valentim Loureiros, os Abílio Curtos e outros a quem o braço da justiça ainda não conseguiu chegar. No caso de Jardim, o caso é mais escandaloso porque, à custa da chantagem sempre reiterada de fazer a Madeira abandonar o convívio luso, tem conseguido receitas extraordinárias para a sua região, sempre crescentes, a um nível várias vezes superior às de outras regiões carenciadas e com custos de interioridade. Esta chantagem é intolerável moralmente e só se lhe fecha os olhos porque os vários governos têm realmente medo que este pseudo-democrata, este pseudo-patriota, na sua irresponsabilidade, entregue a sua região a alguma potência estrangeira, a troco de favores económicos para a região.
Se a Jardim incomodam os custos que o país suporta, que abdique dos custos extraordinários que o país suporta com a sua região.

26.6.04

Directos 

Um directo é sempre uma situação especial e muito melindrosa, sujeita aos contratempos não programados e aos ditos espontâneos.
Há dias, antes de começar o jogo contra a equipa russa, dialogavam 2 locutores da Antena 1:
- «Entram agora no estádio da Luz, o Sr. Presidente da República e o Sr. Primeiro-ministro. O ambiente começa a ferver.» - reporta um.
- «32 graus» - responde o outro.
Conclusão: o ambiente ferve a 32 graus!

24.6.04

Um abraço, Eusébio! 

Nesta vitória gostosa sobre a equipa inglesa, vem-me à memória a imagem de Eusébio a sair a chorar do Estádio de Wembley, após uma derrota perante a equipa inglesa por 2-1, nas meias-finais do Mundial de 66, há 38 anos, Gostei de o ver hoje a sair do Estádio da Luz com a felicidade no rosto. Um jogador tão fantástico, mas também um homem tão generoso, um autêntico ex-libris nacional, mereceu viver este dia!

Mamma mia! 

Além da Espanha e da Alemanha, também a equipa da Itália estava com muitas saudades de casa… Mas, se pelas primeiras senti surpresa, em relação à última só posso sentir confirmação. Que se pode esperar duma equipa comandada por um Trapattoni? Que ataque se pode esperar dum Zambrotta? Que segurança dá um Buffon na baliza? Talvez a mesma lassidão que um Perrota no meio do campo! Num estádio com um nome tão macho como Estádio do Dragão, que jogo viril se espera duns fulanos a correr uns atrás dos outros em calções, com nomes como Pirlo, Fiore, Favalli ou Panucci? E o Gattuso, para onde anda a olhar? Mamma mia!
:)

23.6.04

I DON’T WANT TO DIE 

Este grito chorado dum Sul-Coreano que foi sequestrado e decapitado no Iraque pela Resistência vai manter-se na minha memória por algum tempo!

«Mas as [pessoas] Senhor, porque lhes dás tanta dor, porque padecem assim?»

22.6.04

Dos 0 aos 100 em menos de 4 segundos 

«Ganda joga», a do Portugal-Espanha. Assim, vale a pena ver futebol, sem ficar envergonhado por cenas tristes. Os jogadores jogaram futebol do bom e não deram socos nem pontapés na cara. Ainda por cima, ganharam. Muito bem.
Já os portugas, exageraram. Ora estão podres de tristes, ora estão resplandecentes de contentamento. Não aceitam meio-termo. Ainda há dias diziam «cobras e lagartos» do treinador, dos jogadores e do país e de repente já «não há pai p’ra nós». Ora «somos uma merda», dizem, ora «somos os maiores do Mundo». Tudo em menos de 4 segundos! E a curvar! É uma inversão de marcha com uma aceleração estonteante!

20.6.04

Compensação 

Daqui a bocado, vários milhões de portugas vão vibrar com as peripécias dum jogo de futebol e temo que a maior parte desses milhões vá entrar em euforia ou em depressão no fim do jogo.
Não faço previsões num tipo de jogo com tantas variáveis como um jogo de futebol, em que uma pequena circunstância pode ser decisiva. Sobretudo espero correcção desportiva.
Se a equipa portuguesa perder, só quero lembrar, a título de compensação, que isso significa que a equipa espanhola se mantém em competição por mais uns dias e que portanto manter-se-ão em Portugal por mais uns dias, uns milhares de hermanos a largar cá os seus euros. Do mal, o menos.

Relatividade da bola 

Entender uma garrafa como meio-cheia ou meio-vazia depende muito dos olhos que a vêem. Hoje, no fim do jogo Alemanha-Letónia e apesar de haver um neutro 0-0, os letões davam mostras de grande satisfação, enquanto os alemães mantinham uma «cara fechada». Os letões estavam felizes por obter o que não esperavam e os alemães infelizes por não obter o que lhes pareceriam «favas contadas».
Parece que existe à partida uma injustiça no marcador inicial, injustiça que as fortes equipas se apressam a corrigir. É se calhar por isso que as pessoas ligadas ao futebol dizem que a forte equipa tal, quando empata, foi perder 2 pontos ao estádio tal, em vez de dizerem que foi lá ganhar 1 ponto.
Aos olhos relativistas da gente do futebol, a Letónia ganhou 1 ponto e a Alemanha perdeu 2. É uma injustiça…!

19.6.04

Paranóia 

Parece que uma Comissão oficial americana chegou à conclusão e divulgou que não encontrou qualquer ligação entre o regime de Saddam Hussein e a Al-Qaeda. Parece que ele apenas foi contactado há 10 anos e nem sequer respondeu. Ora, esta conclusão é mais uma machadada nos argumentos de Bush para atacar o Iraque. Mas quando alguém confrontou Bush com estas conclusões ele foi peremptório a dizer algo como: «Não, não! Saddam tinha muitas ligações com a Al-Qaeda! Muitas, muitas!».
Eu não sei se paranóico é o termo psiquiátrico mais adequado para caracterizar uma personalidade que só acredita no seu mundo mental, sem acreditar em provas do mundo exterior e não sentindo necessidade de provar as suas fixações. De qualquer modo torna-se cada vez mais desconfortável perceber que possivelmente este homem não está bem e que detém um poder assustadoramente grande.

18.6.04

Alguma coisa está podre no reino da Grande Maçã 

Pode ler-se hoje na Visão, em texto de Freitas do Amaral:
«A tortura como meio de forçar uma confissão, verdadeira ou falsa, caracterizou a Idade Média e o período negro da Inquisição. Mas foi declarada ilegal e criminosa pela Revolução Francesa. Restaurada e requintada pelo nazismo e pelo comunismo, foi expressamente proibida pelo Estado de Direito Democrático. (…) julgava-se ter sido abolida para sempre (…). O “modelo democrático norte-americano” acaba de reabilitar a tortura para os suspeitos de terrorismo – sustentando que nenhuma regra jurídica de direito interno ou internacional, proíbe ou pode proibir o Presidente dos EUA (…) de autorizar a aplicação da tortura (…). A deriva anti-democrática, (…) não pára».
Nunca pensei vir a estar tão de acordo com Freitas do Amaral. Tanto este como os outros seus artigos recentes são de análise arguta, consciente e corajosa dos perigosos tempos que vamos atravessando. Preferia ser só eu a achar que alguma coisa está podre por aí. Podia ser só do meu nariz.

17.6.04

Cerco 

Hoje, a meio da 2ª parte do jogo Portugal – Rússia, a equipa russa refugiou-se no seu meio-campo e a equipa portuguesa rodeava, rodeava sem conseguir, nem sequer tentar, entrar.
Fez-me lembrar o que acontecia quando um exército encurralava o outro no seu castelo e, não conseguindo entrar, montava um cerco e esperava que o outro morresse de fome.
Só que os russos tinham lanchado bem e pareciam dispostos a esperar pela hora da ceia.
Quando acordei, já tinha perdido a sobremesa.

16.6.04

A beleza do jogo… 

Há uma filosofia completamente diferente entre a RTP, por um lado e a SIC e a TVI pelo outro, em relação ao futebol. Para a RTP interessa o resultado, para as outras, não – interessa com certeza só a beleza do jogo. Pelo menos, é o que me parece, porque a RTP insere permanentemente em imagem o resultado corrente e o tempo de jogo, enquanto as outras só de longe em longe inserem estes elementos. Os espectadores destes 2 canais, quando ligam o televisor, não se perguntam: haverá 0-0 ou 3-1? Quando há grande pressão para alteração de resultado não se perguntam: faltarão 30 minutos para jogar ou 3? Não lhes interessa – só a estética da movimentação de conjunto e dos instantâneos empolgantes e o deleite das repetições em slow-motion.
Estetas, é o que é…

14.6.04

Cuidado, delinquente italiano à solta 

Hoje, no jogo Itália - Dinamarca vi um jogador atirar-se de pé em riste contra a parte lateral da perna dum adversário, pela zona do joelho. Inesperadamente, não lhe causou uma fractura exposta, como as imagens pareciam anunciar. De qualquer modo, é uma atitude altamente agressiva, que é intencional e procura provocar dor e dano.
Não entendo como este jogador – TOTTI – não vai preso. Há provas mais que suficientes para ser acusado de fractura de membro inferior, na forma tentada. Será que no período do jogo estão suspensos os direitos individuais? Mesmo no boxe e no kickboxing há regras e há um árbitro para proteger de excessos desnecessários. Se no futebol só se leva cartão amarelo por esta barbaridade, deve fazer medo entrar no mesmo relvado com este delinquente à solta.

Euro-festival 

Houve eleições e ouvindo os comentadores partidários parece que todos os partidos ganharam, como habitualmente.
Ainda faltarão décadas para que se ouça um destes comentadores dizer, como Scolari: «Pedimos desculpa pelo resultado»!

12.6.04

Parabéns, futebol 

A equipa da Federação Portuguesa de Futebol, portou-se bem. Foi empenhada, humilde e sobretudo globalmente correcta. Não ganhou? Não, porque os gregos não deixaram. Mas não tentou evitar a derrota pela agressão, a vociferação e a arruaça. Está de parabéns.

Silêncio 

11.6.04

O negócio da protecção 

Leio na Visão: «Em 1945, o Presidente Roosevelt, dos EUA, prometeu ao Rei Ibn Saud [da Arábia Saudita] apoio militar, em troca de acesso ilimitado às reservas petrolíferas sauditas».
O negócio da protecção tem uma grande tradição na América e provavelmente não foi a Máfia a sua mais importante praticante, nem a dupla puta-chulo a sua mais importante simbiose.

Al Capone? – a beginner

9.6.04

Outros tempos 

O Tratado de Madrid de 1750, que reequacionou os tratados entre Portugal e Espanha desde Tordesilhas, inclusivé, assentou fronteiras na América do Sul que atribuíram a Portugal o triplo da área a que tinha direito por Tordesilhas – mais cerca de 5 milhões de Km2. É obra!
É certo que, a não ser assim, a Espanha teria que entregar a Portugal as Filipinas, que por Tordesilhas caberiam no «hemisfério português».

In North America the Indians were not yet, almost extinct


Terra queimada 

Está prestes a começar a época dos incêndios. «É fatal como o destino».
Curiosamente, os fogos são um fenómeno pós-25 de Abril. Até 74, não me lembro de haver qualquer problema extenso com incêndios. É certo que já tinha havido mortos em Sintra, mas o fogo provocado em vários locais, parece-me ser um fenómeno posterior. Em Julho de 74 houve variados incêndios ditos de origem criminosa. Os populares acusavam avionetas ou helicópteros (não me lembro bem), de lançarem objectos incendiários sobre a Tapada de Mafra. Na verdade, a luta política terá levado alguns a desejar ou mesmo a tentar seguir uma política de terra queimada, no sentido literal do termo. A partir daí, tem sido sempre a piorar.
Durante o PREC, consegue-se explicar – agora não. Ou antes, é sempre difícil entender o incendiário, quer o mandante, quer o executante.

Agent Orange has destroyed millions of hectares of forest and fertile land in Vietnam

7.6.04

Gostos (4) 

Os grandes partidos clamarão contra a possibilidade de haver 10 ou 15 pequenos partidos na Assembleia com 1 ou 2 deputados cada. Não vejo nisso um problema mas um enriquecimento. A riqueza intelectual duma sociedade assenta exactamente na multiplicidade de ideias a competir em liberdade. Imaginem que na Grécia Antiga se ficava só com Aristóteles e Platão, deitando fora Empédocles, Zenão, Epicuro, Demócrito, Aristarco!
Se o sistema tem medo de não formar maiorias estáveis, é porque o sistema não está seguro da sua razão. Governar pode não ser fácil, mas uma facilitação não deve ser baseada no emudecimento das minorias. Até porque não se vê uma vantagem ética e politica incontestável nas filosofias politicas das maiorias habituais.
É bom ter presente que a razão das maiorias, também é relativa. É que apesar de uma imensa maioria composta por 5 triliões de moscas achar que «a merda é gostosa», todos os leitores deste blog estarão de acordo em que há toda a legitimidade para discordar dessa preferência gastronómica…

Tenet said that he has personal problems to resign. Sure - remorses

Voto útil (3) 

Significa isto que devemos votar «útil», para evitar «desperdiçar votos»?
Haverá situações em que isso poderá ser conveniente, mas a maioria das vezes não se trata de verdadeiras emergências. E no fim, fica-se sempre com a sensação que não se escolheu bem o que se queria, mas um sucedâneo. É como se, indo comprar pano para uma bandeira do Benfica, e não havendo vermelho, se aceite levar pano cor-de-laranja, que ainda assim é mais parecido, que outros azuis e verdes que há na loja.
A entorse representativa não tem solução votando útil. A questão deve ser resolvida pela diminuição dos círculos eleitorais para um único. Para que nos aproximemos do ideal de: 1 homem – 1 voto.
Por enquanto, 1 voto num partido grande, vale mais que 1. Vale até mais que 1,16 para um partido que obtenha 43% de votos. Pelo menos esta tem sido uma percentagem que cada partido aspira em eleições, declarando mesmo que isso lhe dá maioria absoluta.
E se há votos que valem mais que 1, outros há que valem menos que 1. Ora não é isso que uma sociedade democrática devia aspirar.

Hurrah, for Najaf

6.6.04

Representatividade adulterada (2) 

Porque é que os partidos pequenos ficam prejudicados? Devido às características do método aplicado – o método de Hondt.
O método, descrito neste site, http://www.stape.pt/legisl/artigo16.htm, atribui os mandatos de cada círculo aos maiores quocientes, quando o número de votos de cada partido é dividido sucessivamente por 1, 2, 3, etc. Exemplificando:
Num círculo que tem direito a 7 deputados e onde houve 100.000 votos, 49.000 no partido A, 39.000 no partido E e 12.000 no partido U, são os seguintes os quocientes,

A – 49.000 : 24.500 : 16.333 : 12.250 : 9.800 : etc.
E – 39.000 : 19.500 : 13.000 : 9.750 : 7.800 : etc.
U – 12.000 : 6.000 : 4.000 : 3.000 : 2.400 : etc.

donde os maiores 7 elegem um deputado:
Verifica-se que um partido com 12% de votos não elegeu nenhum deputado e um partido com 49% dos votos elegeu 57% dos deputados.
Se isto mesmo se passasse em 10 distritos, o partido U, embora com 120.000 votos no total, não elegeria nenhum deputado, mas elegeria 8, se os 10 círculos estivessem agrupados só num.
É tão verdade este favorecimento dos partidos grandes, que, ainda assim, neste grande círculo eleitoral, o partido A, com 49% dos votos, elege 50% dos deputados (35), o partido E, com 39% dos votos elege 38,6% de deputados (27) e o partido U, como já vimos, com 12% dos votos, elege 11,4% dos deputados (8). Ainda favorecendo os grandes, não se compara à situação de múltiplos círculos eleitorais.
Este favorecimento é assumido no próprio site do STAPE, onde se pode ler: «Entre as características do método de Hondt importa assinalar o encorajamento à formação de coligações, uma vez que o agrupamento de partidos leva a conseguir maior número de mandatos do que se concorressem isoladamente. Favorece no entanto os grandes partidos, não satisfazendo o critério da quota».

The US that helped Europe in 1944, are not the same. Now, they are a threat

4.6.04

Representatividade (1) 

O sistema de eleições que usamos é bastante avançado, se comparado com, por exemplo, o americano ou o alemão, mas fica ainda a milhas do apregoado ideal de: um homem – um voto. Se a partir de 18 anos todos podem votar, nem por isso a igualdade de voto está assegurada. É que, baseando-se numa pretensa representatividade parlamentar directa, onde o eleitor teria «o seu» deputado na Assembleia, há variados círculos eleitorais, em vez de um único círculo nacional.
(A pseudo-representatividade directa é de tal ordem que os partidos põem como cabeças-de-lista nomes sonantes, mesmo que nunca tenham parado naquele círculo eleitoral).
Este modelo limita o acesso à Assembleia aos partidos pequenos, que chegam a necessitar de 40 ou 50.000 votos só num distrito para conseguirem eleger 1 deputado, enquanto aquela votação num círculo nacional elegeria 2 ou 3 deputados.
Isto é assumido por quase todos os países, argumentando-se com a facilitação que tal proporciona à formação de maiorias parlamentares e/ou governativas. Há anos, na Alemanha, só partidos com pelo menos 5% tinham entrada no Parlamento.

The winner gets it all – what a system!

Pouco racistas 

A capacidade de miscigenação do Português foi talvez o grande trunfo para ter conseguido manter possessões coloniais no séc. XVII, atacadas por Holandeses, Ingleses e Franceses. A rede de relações familiares e o seu cortejo de costumes, crenças e língua formavam uma barreira dificilmente quebrável pelo invasor.
O Brasil do séc. XVII usava as seguintes designações para tentar distinguir as várias variedades que foram nascendo de todos aqueles cruzamentos, onde entravam Brancos colonizadores, Índios autóctones e Negros africanos, chegados como escravos:
Branco + Branco = Mazombo
Branco + Índio = Mameluco
Branco + Negro = Mulato
Branco + Mulato = Pardo
Negro + Negro = Crioulo
Negro + Mulato = Cabra
Negro + Índio = Cafuso
Índio + Mameluco = Curiboca
Índio + Mulato = Caboclo

The Americans still had racial confrontations, in the XXth century

Comments:
Oi, e o que dá mulato com cafuso?
E este resultado com branco?
Obrigada!
Aguardo resposta!
Analu
 
Olá!
Primeiro: Que fique claro que estas são designações usadas no Brasil, no século XVII, para nascidos no Brasil.
Segundo: Não sei quais as designações utilizadas, quando a miscigenação se tornava mais complexa. Suponho que se inclinariam para uma das designações acima referidas, conforme o tom de pele e os traços fisionómicos sugerissem uma maior aproximação a este ou àquele grupo. Mas apenas suponho.
 
Analu, Cafuso + Branco = Caboclo.
 
O que dá cafuzo + pardo???

 
Oi Murilo.
Cafuso + Pardo dá um caboclo mais escurinho.
Minha esposa é cabocla. O pai dela é morenão (mulato) e a mãe índia. Eu sou branco (descendente de italiana e portugues), meus filhos têm uma beleza exótica, são brancos, altos e olhos levemente puxados. Quando eu fico exposto ao sol eu me envermelho todo e os meus filhos se bronzeiam. É claro que é devido ao sangue caboclo que puxaram da mãe.
 
Capado
 
Eu sou branco , fico vermelho as vezes , tenho a pele da Paola Oliveira , cabelo liso e castanho escuro , olhos castanhos escuros , nariz fino e um poco de cheira pum kkkk , boca fina , eu tenho mãe parda , traços praticamemte identicos aos meus porem tem pele morena clara , minha avó materna tem traços negros e cabelo cacheado meio aberto e pele como da Tais Araujo , meu avô materno é italiano.
Por parte de pai , ele é branco com traços europeus, minha avó paterna é branca como meu pai , e o meu avô paterno é nordestino com pele morena
Todo mundo fala que sou branco mas o que eu sou ?
 
rsrs pessoal tudo mostrando que é quase branco e e ninguem falando que é quase negro kkkk. Dificilmente tu ve alguém dizendo: sou negão azulado. E se o pai é negro e mãe é branca, dirão algo como:

meu pai é negro, minha mãe é branca italiana, roma, de familia sei lá o que.. Poha, é muito visível isso, e o proprio motivo da pessoa comentar já mostra sua preocupação com essas coisas! hehehe.

Eu to comentando porque não pude deixar de ler.. tava buscando essa classificação pra mostrar num argumento sobre o lance do caboclo e cabra que pouso sabe, vemos expressões como 'cabra da peste' mas poucos sabem o que é cabra.

Seja como for... cuidado com o racismo do tipo 'sou quase branco' em vez do 'sou quase negro'. O meio termo pras pessoas pendem pro branco.. tipo o lance do copo meio cheio ou meio vazio, otimistas dizem meio cheio. O preconceituoso vai optar pro meio branco ou sutilmente, embora sem evitar as pistas, dizer o meio negro pra fazer uma média só piorando ainda mais sua percepção interna que tanto tentou esconder kkk
 
Cafuzo + Branco = ??


 
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3.6.04

Campanha de prejuízo público  

Tem estado no ar, em televisão, um anúncio a uma empresa americana de hamburguers que instiga o público a fazer do pacote e dos restos da refeição uma bola, a chutá-la e a jogar futebol com ela, em vez de lançar todo esse lixo no respectivo contentor.
Esta campanha é altamente descivilizadora e esta empresa que a promove devia pagar uma Taxa Municipal de Resíduos Sólidos do tamanho da que paga, no total, uma pequena cidade. Não acham?

Air stinkers: - leave our gardens clean

1.6.04

Mistério 

Há já uns tempos que comecei a incluir, após o texto do post, uma palavra de ordem ou simplesmente um comentário, em inglês (espero que com poucos erros). Confesso que (se bem me lembro), procurava interagir com leitores americanos. O resultado não pode ser mais desanimador: para além de centenas de visitantes portugueses e brasileiros 2 ou 3 franceses e 1 japonês!, não recebi a visita de nenhum leitor de língua inglesa. Pelo menos, os visitantes que aqui vieram parar por buscas no Google, no Yahoo ou no Altavista, todos procuravam palavras portuguesas.
Que se passará? Será que aqueles motores de busca já estão programados para só darem resultados da América, para nautas americanos? Não sei e é muito estranho.
Alguém (sobretudo os que visitam este blog, vivendo nos EUA), me deixa um comentário ou me envia um mail, com a explicação? Agradeço.

Don’t leave the Green Zone. Outside America, the world is incomprehensible.

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