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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

28.6.09

Best of… Junho de 2008 


Eu também sou um grande mentiroso!

Os leitores estão sempre dispostos a acreditar que as narrativas mais intimistas são, sobretudo, peripécias autobiográficas dos autores. O que não passa, geralmente, de um engano de leitores que não escrevem. É certo que, às vezes, o escritor também faz a catarse da sua vida, nas páginas que escreve. Mas sempre muito misturada com episódios que nunca viveu. Mente. Para tornar a história mais interessante. O escritor goza desse privilégio de viver outras vidas, outras peripécias de vida. Senta-se, não só para escrever, mas também para viver as vidas inventadas.

«Um dos princípios da criação literária é a invenção, a imaginação. Somos mentirosos; todo o escritor que cria é um mentiroso, a literatura é mentira; dessa mentira, porém, sai uma recriação da realidade: recriar a realidade é, assim, um dos princípios fundamentais da criação» – Juan Rulfo (1918-1986).

Escrever, sei-o agora, é essa liberdade de mentir que o cidadão comum não tem. O cidadão é alvo de uma enorme censura social sobre a veracidade das suas afirmações. O mentiroso é votado ao desprezo.
Um escritor, pelo contrário, não só «está autorizado a mentir», como as suas mentiras são alvo de elogios, por parte de críticos e leitores, tanto maiores quanto maior for o tamanho da mentira, a que também chamam criatividade.
É curioso! É libertador! É muito motivante!



De entre os comentários de então, destaco o de mcorreia:

e falta dizer, perdoa se acrescento, que é assustador esse modo de a gente mentir
eu explico:
por qual motivo aparece escrita uma história que tu não viveste, nem ouviste contada do vizinho, nem, ao que lembres, leste?
ela ali está viva, sangrando, doendo como se fosse coisa nossa: cada criatura saindo sei lá de onde sem que a tenha engendrado de modo consciente: esta é uma fada, aquela um duende, tudo coisa aldrabada porque eu quero – e depois o tipo do barco casa com a criada do andar de cima
não é nada disto, entendes? é como se tivesses um andar de baixo, uma outra vida cheia de muita gente que, se lhes dás oportunidade, saltam por aí à toa (nem sempre, mas no caso de quem escreve e depois já nem sabe passar sem esse modo de estar)
não é bem recriar a vida
nem será decerto pôr mentiras
é deixar ser-se correia de transmissão: é mais isso o que se dá comigo e, sabes que de vez em quando, dá-me um certo receio, quase medo

exagero de dedo soltado em escrita, mas anda lá por perto rsss


posted by perplexo  # 01:54
Comments:
eu escrevi isso?! mas sim sim é o que penso do acto de escrever - uma dor, um medo, uma vida dentro de outra vida como se fossemos desenterradores de..passados, futuros? ou então criadores o que é ainda mais assustador
 
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18.6.09

Best of... Maio de 2008 


Iconografia agilizada



Os 3 pastorinhos ajoelhados perante o Coração de Jesus que lhes apareceu em cima duma azinheira? Pois, porque não? Podia ter sido Ele, não podia? A imagem da Sra. de Fátima foi precisa para o mês de Maria e não se ia deixar o pedestal vazio, não é ?!

E, para o mês que vem, quando for a festa de S. Sebastião e o santo for para o andor, ponham lá no seu altar, rodeado de archeiros, um Cristo crucificado. Também está preso a um madeiro e se não andaram à frechada a Ele foi porque não se lembraram!


13.6.09

Best of... Abril de 2008 


Dedução

Eu sou um espírito curioso e estou sempre atento a pistas que possam desvendar-me o funcionamento do Mundo. De maneira científica, ainda que por provas indirectas, analiso indícios e elaboro teorias que os harmonizem e me forneçam um conhecimento mais alargado.
Exemplificando: Descobri que está muito difundida, quase generalizada, a prática de usar o telemóvel em modo de alta-voz. E como é que eu descobri? Tive acesso directo à experiência de ver as pessoas a usar o aparelho em alta-voz? Não. Apenas tive acesso à utilização vulgar e pública dos ditos aparelhinhos. Continuamente ouço as pessoas a dizer para o aparelho: «O que é que dissestes agora?» «Fostes lá?» «Vistes a minha prima?» «Quanto é que pagastes?» e outras frases semelhantes com o verbo na segunda pessoa do plural. Ora o que é que isto prova? Que o falante está a conversar com várias pessoas ao mesmo tempo, senão usava o singular. E portanto… do outro lado estão a utilizar o telemóvel… em alta-voz!
Brilhante, não é?

8.6.09

Eleições – Junho, 2009 



Já não tinha uma alegria eleitoral assim, há mais de 30 anos. Geralmente, estou do lado dos perdedores. O que não tem nada que ver com falta de razão. Hoje, estou do lado dos vencedores, e dos que têm razão. É uma conjunção rara.

Além disso, a reacção dos perdedores vem acrescentar uma nota de gozo extra:
O salazarento da Madeira apareceu com ar crispado a falar da preocupação que representam (para ele) os mais de 20% das duas «forças comunistas». Se ele soubesse o prazer que dá a, pelo menos, 750.000 portugueses ouvi-lo e vê-lo chateado, ficaria caladinho.
Outro bronco esperto que gostei de ouvir foi o Paulinho Rumsfeld Portas a falar da estranheza de forças «de extrema-esquerda» estarem à frente da «democracia cristã» no século XXI. Deve achar que não é a ideologia dele que vem do fundo dos tempos desumanos.

É muito deleite para um dia só.

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