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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

29.1.11

Um elo da cadeia 


O Egipto está prestes a correr com a pandilha governante, como já os tunisinos fizeram com a deles.

Desta vez, é hilariante ver os apelos patéticos dos Estados Unidos, tentando dar a entender que apoiam as reformas exigidas.

Vêm um bocadinho tarde. Há dezenas de anos que este regime amigo dos americanos e condescendente com Israel está no poder. Tem-lhes dado muito jeito, até aqui.

Até aqui... Agora, já ameaçam cortar os apoios que têm dado ao Egipto ao longo dos anos, que, pelos vistos, era uma espécie de pagamento pelas submissão e passividade.

posted by perplexo  # 03:38

28.1.11

Cuidado! Eles estão à coca. 


Cinco hackers apoiantes do WikiLeaks detidos no Reino Unido

A polícia informou que as detenções foram executadas esta quinta-feira em diferentes pontos do país, por ataques realizados em nome do grupo de hackers conhecido como «Anonymous».

«Essa investigação está a ser feita em conjunto com as agências de segurança internacionais da Europa e dos EUA», disse a polícia britânica.

24.1.11

Cinco contra um 


Cavaco, exaltado, invectivou os adversários dizendo que toda a campanha foi “cinco contra um”.

Compreendo o descontrolo. Tão apertado foi e tão excitado ficou que hoje não conseguiu conter-se… Saltou-lhe a tampa.

Indecoroso! Bem pode “limpar-se a este guardanapo”!

Indigno 


O discurso de vitória de Cavaco foi lamentável. Que não respondia, que estava acima dessas pequenas guerrilhas… afinal, guardou-se para a revanche. Mesquinho.

O mais bizarro foi falar em debate de ideias na campanha. Não me apercebi que as tivesse, e que tendo-as as emitisse. Talvez sejam também tabu.

23.1.11

Best of... Janeiro de 2010 


Uma máquina automática e eficaz é sempre admirável

Hoje, foi aprovado o orçamento de Estado para 2010. Uma das despesas mais importantes é a de juros. Isto é, o Estado paga juros a outras entidades que lhe emprestam dinheiro para suprir a dívida pública. Isto é, o Estado não é auto-suficiente e tem de pedir dinheiro e pagar os respectivos juros. E, no entanto, correu, e corre, com os pequenos emprestadores que lhe emprestavam dinheiro através de Certificados de Aforro. Baixou as taxas de tal modo que saíram centenas de milhares de aforradores e foram aplicar o dinheiro nos bancos. A quem o Estado vai pedir dinheiro. E a quem paga juros mais altos que pagaria aos pequenos aforradores.

Por que é que isto acontece?

É muito estranha a relação entre Estado e bancos.
Já foi enterrado no BPN um tesouro imenso. Sem qualquer obrigação ou necessidade.
Quando, há meses, Sócrates criou um subsídio para os neo-nascidos, foi numa conta bancária que decidiu depositar esse subsídio. Para que aos 18 anos a criança lá tivesse um pequeno pecúlio para algo necessário, estudos, por exemplo. Não se percebe porque não criou esse subsídio na Junta de Crédito Público, em certificados de aforro. Onde estaria, protegido pelo Estado que deu o dinheiro. Assim, pelo que eu conheço dos bancos e das inúmeras taxas que inventam para serviços imaginários, quando chegar aos 18 anos a criança não terá lá nada. Tudo terá sido ratado por taxas. No pior dos cenários, estará mesmo em dívida para com o banco. Veremos!

Por que é que o Estado ama os bancos? Porque lhes fornece milhões e maneiras de os obter? Que os resultados trimestrais bem reflectem.

Ora bem! Penso que a resposta está nesses resultados. Os dividendos são distribuídos pelos que detêm acções. Há uma relação simbiótica entre os decisores do Estado e os bancos. Eu ajudo-te e tu ajudas-me. Eu arranjo-te maneiras de sacar dinheiro e tu devolves-me em resultados trimestrais. Eu faço com que o Estado te peça dinheiro para colmatar a dívida pública e te pague juros, e tu pagas-me dividendos.
É uma máquina automática de desapossar os cidadãos, a favor de ambos. Não?

22.1.11

Um presidente admirável 


Quando é que teremos coragem de eleger em Portugal um candidato destes?
Quando é que teremos clarividência de fazer soçobrar os candidatos lacaios da ditadura americana?


20.1.11

Outra desonestidade de Cavaco 


Cavaco apelou a uma vitória SUA à primeira volta para evitar ao país, que tanto precisa, coitado, os gastos de uma segunda volta.

Isto fez-me lembrar o conto do vigário em que hoje caiu um idoso no Sabugal. Um tipo bem vestido abordou o velho dizendo que tinha dinheiro para distribuir pelos pobres, mas que era preciso que o velho também contribuísse para o bolo. Daí, o estúpido (não poupemos nas palavras com quem desliga os neurónios) entrou com 7500 euros. O idoso, querendo ajudar, tripudiou os seus interesses.

Acredito que haja muito quem, querendo ajudar o país, tripudie os seus interesses e altere o voto para “Cavaco”, para resolver o assunto já nesta volta.

Aposto muito contra pouco em como Cavaco não diria tal, se não fosse à frente nas sondagens. Imaginem que as sondagens lhe davam 20 ou 30% e a um seu adversário 45 ou 50%. Acham que apelaria a que a eleição se resolvesse na primeira volta?

Por tudo o que deixo dito, acho esta jogada de Cavaco uma desonestidade, e que provavelmente é ilegal. Ou deveria ser. É uma espécie de conto do vigário.

Ainda bem que Cavaco não nasce outra vez.

P.S. (21/1): Cavaco nunca foi o meu presidente, muito menos agora. Tenho reconhecido o seu esforço de apresentar uma pose de Estado, mas constato que agora cedeu à tentação duma manobra vil, mais própria da sua entourage, talvez por temer uma segunda volta. (Sim, se houver segunda volta, a reeleição corre riscos). É uma atitude mesquinha, longe da grandeza de postura esperada num chefe de Estado. Por mim, não seria.

18.1.11

Miradouro da Sra. do Monte 





Para mim, o Miradouro da Sra. do Monte é o mais belo de Lisboa.

17.1.11

Artesanato, previsão e contenção 

16.1.11

No tempo em que... 






Bairro Estrella d'Ouro – de Agapito Serra Fernandes – à Graça



Do tempo em que os empreendedores construíam bairros para os seus operários

14.1.11

Você conhece o Museu do Combatente? 




Forte do Bom Sucesso, ao lado da Torre de Belém

12.1.11

Canto da Maia 




Ernesto Canto da Maia (1890–1981)
Bendito seja o fruto do teu ventre (década de 40)
Museu Carlos Machado – Ponta Delgada

Há tempos, passou por Lisboa uma exposição de obras do açoriano Canto da Maia.
Gosto muito de Canto da Maia. Quem pode esquecer Adão e Eva do Museu do Chiado?

Além de Paris e Genebra, estudou em Madrid onde recebeu a influência mais marcante nas suas opções formais e estéticas da parte de Júlio António, escultor com influências de Donatello e da escultura grega pré-clássica, com uma obra de grande sobriedade formal e contenção emotiva. Transmite ao açoriano, sobretudo, a consciência duma cultura comum à bacia mediterrânica, desde os arcaísmos gregos pré-clássicos aos realismos renascentistas. A partir daqui, Canto da Maia desenvolve uma estética pessoal de despojamento formal e sobriedade expressiva dos modelados, aspectos que se revelaram percursores da «Art Deco».

Este movimento que influenciou sobretudo as artes decorativas, desenvolveu-se entre as duas guerras mundiais. As suas características derivam de vários estilos de pintura de vanguarda do princípio do século. Exibe aspectos do Cubismo, do Construtivismo russo e do Futurismo, usando simplificações e distorções, sobretudo geometrizantes. Foi considerado um estilo elegante e sofisticado.

Canto da Maia aplicou esse gosto às suas esculturas, sobretudo no tratamento dos pregueados dos panejamentos e nos sofisticados desenhos dos penteados das figuras. As suas esculturas, associando estes tratamentos a estruturas formais pré-clássicas ou clássicas, transmitem uma imagem de arcaísmo erudito de grande beleza com reminiscências primordiais e individualidade criativa.

Terracota, material no qual modela algumas das suas maiores peças, significa literalmente terra cozida. É um material que se trabalha bem, em termos de modelação, mas que exige muitos cuidados para não se desmoronar, sobretudo nas peças grandes, antes de ser cozido. A típica cor avermelhada transmite às peças uma imediata aura de primitivismo, porque estamos habituados a encontrar peças em terracota oriundas de civilizações primitivas, quer antigas, quer actuais. Usavam-na os Sumérios, os Egípcios, os Gregos pré-clássicos, os primitivos actuais.

A cor apontada com admiração por quase todos os críticos da altura, é mais um dos aspectos que transmite ancestralidade intemporal às peças. Os véus, usados como elementos simbólicos mas também decorativos, com plissados longitudinais e pregueados arredondados horizontais, acentuam a nudez e as massas carnais e fazem lembrar as vestes leves e transparentes das representações egípcias do Império Novo, mas também as gregas. Transmitem a ideia de serem tecidos pouco espessos e muito leves.

Os penteados, sobretudo na mulher, são sempre objecto de um trabalho minucioso de modelação, apresentando estruturas complexas.

Os rostos desta obra, em tensão emotiva, estabelecem um diálogo telepático, íntimo e privado. Ao espectador resta circular, estranho, à volta do par, para o qual não existe mais ninguém no Mundo. A estranheza é paradoxalmente acentuada pelo tamanho humano das figuras. São quase humanas, mas estão como que noutra dimensão inatingível pelo espectador.

8.1.11

Best of... Dezembro de 2009 


Escarrar no prato

A posição do Parlamento norueguês na entrega do Nobel da Paz a Obama foi penosa. O laureado da Paz – que acabou de enviar mais 30.000 soldados para o Afeganistão – defendeu a necessidade da guerra e “guerra” foi a palavra que lhe passou 44 vezes pela boca. Foi uma valente escarradela nos anfitriões.
A comissão responsável pela atribuição só deveria tomar uma atitude – a demissão.
Se o Nobel da Paz já tinha pouca credibilidade – com as atribuições a Kissinger, Menahem Begin, Shimon Peres, Yitzhak Rabin, e outros –, com esta atribuição, nas condições em que foi entregue, bateu no fundo.

Melhor vai a Academia sueca nas suas 5 atribuições de prémios científico-literários.

3.1.11

Não quer reformular a resposta? 


«Para serem mais honestos do que eu, têm que nascer duas vezes» – disse Cavaco Silva respondendo a acusações de Defensor Moura, de ter beneficiado com acções do BPN; in Diário Económico.

*

«Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.

Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco Silva.

Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova, na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por acumulação de faltas injustificadas.» – in Blog Random Precision

Para abreviar a história desta honestidade: «o processo disciplinar instaurado ao Prof. Aníbal Cavaco Silva, e que conduziria provavelmente ao seu despedimento do cargo de docente da Universidade Nova, foi andando aos tropeções, de serviço em serviço e de corredor em corredor, pelos confins do Ministério da Educação.

Até que, ninguém sabe bem como nem porquê,... desapareceu sem deixar rasto... E até ao dia de hoje nunca mais apareceu.»

Comments:
Pelo que li ultimamente, o homem ainda acabou por sacar uma reforma da Universidade Nova!
 
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