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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

30.9.04

IC 19 

Hoje fiz uma peregrinação a Sintra. Parti de Lisboa às 16 e cheguei a Sintra às 17 horas. Mas fui de carro. Por alturas de Massamá, com tempo para observar os outros condutores, descobri porque é que há uns tantos automobilistas que trazem um terço pendurado no espelho retrovisor. São condutores do IC 19. Enquanto o percorrem, rezam 2 terços, beneficiando sobretudo do efeito calmante do passar das contas pelos dedos, visto que o céu já está ganho. Ouvi, aliás, dizer que a Igreja Católica está a sugerir aos crentes que podem substituir a peregrinação a pé a Fátima por uma viagem de carro a Sintra.

posted by perplexo  # 22:30

Best of… Setembro de 2003  

No distante mundo paralelo Killer 1, Israel, pela mão de Sharon esbanjou vertiginosamente o capital de simpatia e compaixão que o povo judeu granjeara através do sofrimento e do sangue. Em Sabra e Chatilla, abateu milhares de refugiados palestinianos, em 1982. Agora, mantém os territórios palestinianos a ferro e fogo, ocupando áreas que não são israelitas, destruindo casas e matando indiscriminadamente. Em Agosto passado enveredou pela sua mais refinada faceta – a de serial killer, executando quase todos os dias um militante do Hamas.
Será necessária outra grande campanha de filmes americanos a chorar o Holocausto, para que o resto do seu mundo venha a minimizar os acontecimentos actuais.

28.9.04

Ilustrações ao post do dia 25 passado 

KoutoubiaQuerendo mostrar exemplos do que disse, as minhas pesquisas levaram-me a encontrar o maço de tabaco, marca Koutoubia, referido naquele post. A semelhança com um autocarro parece-me agora mais subjectiva que real.
Também aqui deixo um exemplo da escrita «reclinada» que falei. Espero que não contenha algum texto que me leve a ficar na mira da CIA...

مئات الملايين، بالإضافة إلى خلو معظمها من المحتوى الحقيقي والمفيد، يشكل عبئاً على الباحث عن المعلومات. من هذا المنطلق، فإن الحاجة إلى فهرسة مركزية للمواقع العربية ماسّة جداً وقد أخذنا ذلك على عاتقنا حيث تجدون المواقع الجادة والمفيدة مبوبة حسب الموضوع لسهولة التصفح. ومن الجدير بالملاحظة أن المواقع المدرجة هنا تقتصر على تلك التي تستخدم النصوص العربية فقط. تجدون المواقع الأخرى من خلال
O que é que vos parece este خر pedaço de palavra?

A revelação mais extraordinária foi descobrir que a escrita caligráfica árabe não é toda igual – pode ser escrita em 6 estilos diferentes, cujos nomes se seguem.


Deewani...Kufi...Taliq


Naskh...Riqa...Thuluth


Cada vez estou mais deslumbrado com o poder da Internet, como ferramenta de pesquisa.

«Hoje soube-me a tanto» 

Há dias fui a um jantar de blogadores. A situação prometia ser um pouco estranha porque as pessoas não se conheciam ao vivo – só da leitura dos posts e dos comentários de cada um. Pela minha parte, não era visita assídua de nenhum dos blogs presentes. Temia que cada um procurasse apenas o polimento do próprio ego, ou na melhor das hipóteses o jantar fosse um festival de troca de galhardetes.
O evento implicava dar um rosto a todas as bojardas anónimas que são lançadas nos blogs. Pela minha parte postei um post «inteligente» antes de ir, tentando fazer boa figura. Pelo sim pelo não, rapei o bigode, pus um cabelo grisalho e uns óculos e deixei no cabide o lenço palestiniano e a boina à Che, que sempre me acompanham. :) Os esbirros do Bush foram apanhados completamente desprevenidos e não me seguiram. :)
A coisa mais curiosa foi ver as pessoas aos abraços a quem só se conhecia dos Blogs. E a manter as identidades fictícias dos nicknames. As conversas alastraram com facilidade entre pessoas cujos blogs sugerem as mais díspares concepções de vida. O convívio foi alegre e fraterno. Se alguém previu algo semelhante terá sido o Alvin Tofler d’ A Terceira Vaga.
O contacto foi necessariamente pouco extenso. Conheceram-se melhor apenas 3 ou 4 blogadores, embora embebidos no caldo do ambiente cúmplice geral. No fim, ficou-se com uma sensação de «hoje soube-me a pouco».
P.S. (Agosto/05): O Choque do Futuro de Alvin Tofler e não A Terceira Vaga.

27.9.04

Aldeia da roupa branca 

Águeda


«... o sabão não mata,
até lava os peixes,
põe-nos da cor da prata»

26.9.04

Devaneios  

Na sequência da visita a uma «exposição de 6 pintores-calígrafos de Marraquexe», na SNBA.
1 – Quem inventou a escrita árabe (da direita para a esquerda), seria canhoto?
2 – Uma escrita com origem em países desérticos e com dunas, certamente sofreu influências dos arabescos que as dunas desenham na paisagem, quer pelas linhas dos cumes, quer pelo jogo de luz-sombra que o sol provoca nesse entrelaçado de dunas.
3 – Os caracteres árabes, aos meus olhos, desenvolvem-se sobretudo na horizontal, duma maneira lânguida e lasciva de modorra, mas onde não faltam assomos verticais de agitação de oásis.
4 – Em culturas onde é vedado ou desaconselhado reproduzir as formas da Natureza, nomeadamente a humana, a pintura é quase sempre decorativa e não-figurativa. O grafismo árabe usado à saciedade nos templos e não só, cumpre a dupla função de decorar – devido ao grande valor estético do arabesco – e também de divulgar o texto sagrado do Corão.
5 – O cérebro humano está sempre a tentar interpretar o mundo sensível. Perante uma pintura abstracta, tenta encontrar conjuntos de linhas que sugiram uma forma reconhecível, mesmo que para isso tenha que acrescentar ou completar partes que faltem à forma. E cada cérebro é diferente – vejam-se as diferentes sugestões que as formas dos testes de Roschard determinam, conforme o observador.
6 – De férias em Marraquexe, eu fumava Koutoubia, uma marca de cigarros com o nome da bela torre de Marraquexe, gémea da Giralda de Sevilha. A massa dos caracteres dessa palavra assemelhava-se ao desenho esquemático dum autocarro, a que não faltavam rodas e janelas.

25.9.04

Aleluia! 

Morais Sarmento pediu desculpa às famílias e aos professores pelos transtornos causados pelo mau funcionamento de uma matéria dependente do Governo – a colocação de professores. Entre dentes, mas pediu.
Isto representa um progresso razoável, habituados como estamos a ser tratados com olímpicas sobrancerias.
No meu entender, devemos agradecer em primeiro lugar a Scolari. (Quê?). Sim. Antes dele, não me lembro de alguém pedir desculpa a alguém. E ele, não precisava, como não precisavam os atletas olímpicos que também pediram desculpa. Mas caiu muito bem, e por esse aspecto, esse gesto foi pedagógico e está a dar frutos.

24.9.04

Verde? 

Malpica


Será que a Natureza usa Photoshop?

22.9.04

Desonestidade política 

Decorre no país uma vergonha escandalosa: o programa informático pago pelo Governo, incapaz de elaborar a distribuição dos professores, foi substituído por uma distribuição manual.!! E a distribuição que deveria ter sido divulgada há muito, só o será no final do mês. É ocioso enumerar os transtornos que isto causa.
O PC pediu um inquérito parlamentar, mas o PSD respondeu, agressivo, que (cito de cor) «o que está em causa é muito sério para ser objecto de chicana política». Dá a entender que é só ao Governo que compete averiguar as causas do falhanço e que o Governo é o único com legitimidade para se julgar. Assim, os partidos da Oposição, em vez de vigilantes do funcionamento do Governo e em última análise parceiros do Sistema, seriam apenas uns terroristas de colarinho branco, dispostos a lançar mão de todos os golpes para sabotar o Governo. Este, em vez de pedir desculpa, vem com 7 pedras na mão, quase parecendo, a um observador mais distraído, que a culpa é da Oposição.
Faz-me lembrar o branqueamento que se fez de Rumsfeld, em relação com as torturas no Iraque. E lembra-me a desonestidade política que se ouvia amiúde no hemiciclo, de partidos que em vez de responderem objectivamente às críticas que lhes eram feitas, respondiam com «bugalhos», dizendo de muitas maneiras que isto não era a União Soviética nem a Albânia.
Quem não deve, não teme e é sintomático que até a empresa que vendeu o programa quer ser ouvida. Quem tem medo da história bem contada?

Autocrata 

Sabe-se agora, (vai-se sabendo), que o Bush toma as decisões sozinho, inclusivé as mais melindrosas, como a de desencadear uma guerra. Até em África já há poucos países que tenham à frente dirigentes tão autocratas.

21.9.04

A importância do filho 

19.9.04

Património (2) 

Pagar, custa sempre, mas quantas vezes pagamos maiores quantias com mais gosto que quantias pequenas. Isto acontece por uma valorização prévia que fazemos do que vamos ver. E o valor de entrada exigido é um dos factores que valoriza, aos nossos olhos, o local a visitar – “se é caro, é porque é bom”. É curioso que alguns locais viram aumentar o volume de visitantes quando aumentaram o preço das entradas. Não estava em causa o valor do local a visitar - o local é o mesmo.
Não são as entradas que conseguem pagar os restauros, a vigilância e os outros custos associados a um património disponível para visita, mas podem fazer ultrapassar um patamar mínimo. Alguns locais estão inacessíveis apenas por não haver quem abra a porta. O convento de Celas em Coimbra que tem um precioso conjunto de capitéis no claustro, do século XIII ou XIV só é visitável pela solicitude duma paroquiana vizinha.
E outros, são visitáveis, mas com total insegurança para o património, como numa aldeia perto de Alcobaça onde numa loja me entregaram a chave da igreja, que consta dum roteiro Michelin e onde deambulei sem controlo local ou final.

18.9.04

Altamira (1) 

Um comentário ao meu post de 30/8 sugeriu-me a narração desta história:
Há 8 anos, viajava eu com a família pelo norte de Espanha, quando uma manhã me apercebi que estava perto das grutas de Altamira. Visitá-las, tornou-se programa para esse dia, numa viagem sem itinerários definidos. Apressei o andamento pelas estradas secundárias para tentar chegar antes do meio-dia e visitar as grutas, antes dum possível encerramento para almoço. Estacionei uns 5 minutos antes das 12 e corri para a bilheteira. Havia bilhetes. Satisfeitos, entrámos para onde nos tinham indicado: uma sala onde estavam expostos achados arqueológicos locais e diversos mapas e fotografias alusivas às grutas. Calculei que fosse uma antecâmara onde os visitantes esperariam a formação dum grupo de visita a ser acompanhado por um guia. Passado algum tempo e vendo que não se dava inicio à visita, perguntei a razão do atraso. Então, fui informado que as visitas eram de apenas 15 pessoas, 2 vezes por dia, para não deteriorar as grutas. E só por marcação. Para marcar uma visita, deveria escrever para uma entidade central em Madrid, a qual me marcaria o dia da visita. Mas, que havia um intervalo de cerca de 10 meses, entre o pedido e a concretização...!
Por momentos, fiquei irritado, mas depois até fiquei intimamente reconhecido aos espanhóis por tomarem medidas de preservação dum património insubstituível.
Parece que entretanto já construíram uma réplica, a única visitável por turistas, à semelhança do que fizeram os franceses com a gruta de Lascaux, que oferecem aos visitantes uma réplica com realismo fotográfico – Lascaux 2. É que em ambientes tão sensíveis, que só se mantiveram milhares de anos porque estiveram preservados de alterações, estes milhares de turistas alteravam dramaticamente os níveis de humidade, além da introdução de fungos, bactérias e outros agentes poluentes e deteriorantes das sensíveis camadas pictóricas destas pinturas rupestres magdalenenses.

Memória curta 

Hoje apercebi-me que me estavam a desaparecer comentários, do blog. Pesquisando pacientemente, pareceu-me que o Haloscan só retém os comentários dos últimos 120 dias. Sejam 10, sejam 200 comentários. Pacientemente, também, parece-me que consegui fazer reset ao número de dias, ou seja, repor a contagem a zero. Se for assim, não há problema, desde que me lembre de fazer reset de 4 em 4 meses. Os posts antigos e respectivos comentários, em principio perderam muita importância, mas convenhamos que ficam mais compostos se estiverem completos.

16.9.04

Best of … Agosto de 2003  

No distante planeta Fontainer 3, o Bush e o Saddam estavam ambos a beber num regato.
Diz o Bush: – “Estás a sujar a água que eu bebo, seu lobo sanguinário!”
– “Eu?” – eriça-se o Saddam – “Eu, como, se estou do lado da foz?”
– “Se não és tu, é o bin Laden!”
E certeiro, espetou-lhe um corno no flanco.

15.9.04

Fofa 

Conversa em família 

Ontem, Bagão Félix dirigiu uma conversa em família ao país. O timbre foi mais metálico, mas o ritmo fez lembrar irresistivelmente Marcelo Caetano, associado ao tom de bonomia paternalista com que, tanto um como outro, quiseram convencer-nos que uma politica contra nós é boa para o país.
O céu clareou em 74, mas, sub-repticiamente, a sombra voltou a espalhar-se sobre as nossas vidas e voltou a entristecer de impotência os nossos corações. 30 anos depois, é novamente uma formação partidária minoritária quem mais ordena.

13.9.04

Espaço 1999 

Uma das séries de culto dos anos 60 foi Espaço 1999. Relatava as aventuras duma colónia de humanos na Lua, a qual, devido a um acontecimento que já não me lembro o quê, ocorrido em 13 de Setembro de 1999, se afastara da Terra com a sua carga humana, qual nave espacial de dimensões planetárias. Apesar dos seus cenários de salas de controlo com máquinas de painéis ingenuamente rudimentares (era Univac, dos computadores de cartões perfurados), a série era diferente de tudo o que se via na altura e, apesar de tudo, abria as mentes da juventude para horizontes que essa juventude só conhecia dos livros de quadradinhos e não esperava receber dum meio tão sério e adulto como a televisão. Era uma promessa que o mundo poderia não ser sempre cinzento.
O ano de 1999 situava-se num futuro remoto. Que formidável mundo novo nos estaria reservado? Lera há poucos anos um livro de Emílio Salgari (obrigado Biblioteca itinerante da Gulbenkian), que também falava nas maravilhas estranhas do ano 2000. E os Beatles cantavam o quotidiano com um formidável optimismo. Era (é) fantástico estar vivo.
Mas, 5 anos depois de 1999, é estranho viver para além do futuro.

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