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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

19.12.09

Firmeza 


A conferência de Copenhaga sobre as alterações climáticas produziu um objectivo firme: a contenção em 2 graus do aumento das temperaturas médias até 2050.

Ah, bom! Com o acordo assinado por algumas das principais potências mundiais, o clima não se vai atrever a ultrapassar esse limite. Se não, arrisca-se... a uma invasão!

posted by perplexo  # 17:49
Comments:
... firmes e hirtos!
 
lol
set up - punchline
mto bom!:)
 
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14.12.09

Escarrar no prato 


A posição do Parlamento norueguês na entrega do Nobel da Paz a Obama foi penosa. O laureado da Paz – que acabou de enviar mais 30.000 soldados para o Afeganistão – defendeu a necessidade da guerra e “guerra” foi a palavra que lhe passou 44 vezes pela boca. Foi uma valente escarradela nos anfitriões.
A comissão responsável pela atribuição só deveria tomar uma atitude – a demissão.
Se o Nobel da Paz já tinha pouca credibilidade – com as atribuições a Kissinger, Menahem Begin, Shimon Peres, Yitzhak Rabin, e outros –, com esta atribuição, nas condições em que foi entregue, bateu no fundo.

Melhor vai a Academia sueca nas suas 5 atribuições de prémios científico-literários.

13.12.09

Nós, não, mas conhecemos quem faça! 


Há bocado, quando liguei o televisor, estava a decorrer uma cerimónia religiosa ecuménica em Copenhaga. Percebi a estratégia: em vez de grandes conversações para se obterem compromissos dos países para baixarem as emissões de gases com efeito de estufa, aquele grupo, com ligações privilegiadas, reza e pronto – acabou-se o problema. A convicção era tal que não se inibiram de queimar velas, já que quem resolve um problema de uns milhões de toneladas de CO2, inclui facilmente mais umas centenas de gramas.

7.12.09

O Coelhinho Medroso 


Um conto com capa infantil, lido aos convivas do encontro de dia 5 passado, em Leiria, do site Ora, Vejamos...


Era uma vez um coelhinho cinzento que vivia num campo de beringelas. Durante o dia, corria e saltava feliz, comia e dormia à sombra das plantas; à noite, tremia de frio, e de medo de ser apanhado e comido por algum monstro. Dormia ao relento, porque jamais entrara numa toca, com medo que ela lhe caísse em cima e o esmagasse. Até a vista de um buraco numa árvore o assustava, por não saber o que tinha lá dentro.
Certa vez, passou por aquele lugar uma menina de vestido branco e longos caracóis castanhos, que andava a passear, porque se aborrecia de estar em casa, e encontrou o coelhinho, com cara infeliz, aninhado entre dois troncos.
– Por que estás triste, coelhinho cinzento? – perguntou ela.
– Gostava de ter uma toca para me recolher, como os outros coelhinhos, mas tenho medo que a toca me caia em cima e me esmague – respondeu o coelhinho, timidamente.
– Por que é que havia de te cair em cima, coelhinho? Sê corajoso! – animou-o a menina. – Não sabes preparar uma toca?
– Não – lamentou-se o coelhinho cinzento – nunca ninguém me ensinou.
– Oh! – condoeu-se a menina, fazendo-lhe uma festinha na cabeça – eu ensino-te.
E assim, durante a tarde inteira, a menina do vestido branco, com muita paciência e ternura, ensinou o coelhinho cinzento a preparar uma toca, para que ela não lhe caísse em cima. Ensinou-o a encontrar o melhor local meio escondido entre as ervas, a remexer e amaciar a terra, a abrir a toca com as patinhas, a alisar a entrada com pequenas marradinhas. Quando a toca já estava de bom tamanho e com aspecto confortável, disse a menina:
– Agora, coragem coelhinho! Esta toca está muito bem preparada e de certeza que não vai cair-te em cima. Entra sem medo, coelhinho!
E dava-lhe palmadinhas de encorajamento. O coelhinho cinzento, vendo como a toca parecia segura e acolhedora, e cheio de confiança pelo incentivo da menina, esticou o peito, em atitude resoluta, e entrou.
Na verdade, a toca era o local mais confortável e seguro onde alguma vez já tinha estado. Apetecia-lhe ficar lá dentro para sempre. Nem acreditava como tinha passado tantas noites a tiritar de frio e de medo. Quando saiu para agradecer à menina, esta pegou nele ao colo, e despediu-se com um abraço apertado. O coelhinho, comovido, não pôde evitar uma lágrima de ternura e gratidão. Desde então, todas as noites se recolhe à toca, confiante e feliz, sem nunca deixar de lançar um pensamento para a menina de vestido branco e longos caracóis castanhos.




Comments:
Tenho que admitir que, até à última paravra, fiquei à espera de ver a menina a levar o coelhinho para casa e para uma qualquer panela. Mais, quase que imaginei que a própria toca seria uma panela disfarçada no chão.
Creio que tenho que perder um bom bocado do meu cinismo e deixar de prestar tanta atenção ao que de política por cá vai acontecendo!
 
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4.12.09

Best of... Dezembro de 2008 


É vergonhoso, é abjecto, é obsceno: é "limpinho"!

A crise económica veio trazer à luz do dia aquilo que a esquerda sempre soube: que o capital não tem moral, nem regras, e o seu limite é a totalidade dos bens mundiais. Explora e desapossa aqueles que consegue, usando os meios necessários, ainda que os mais vis. É a vantagem dos vitoriosos na luta pelos recursos, a lei de Darwin para os organismos em ambiente não regulado, a lei da selva. Comeram os outros todos e comeram-se uns aos outros. Os estados cederam à ideologia do privado, entregaram os meios de produção ao sindicato dos predadores, porque este sindicato soube atulhar os estados com os seus membros.

Agora, que o sindicato bateu na parede – aparentemente acreditava em esquemas de bola de neve – poderia parecer que as leis darwinistas fariam o seu trabalho de eliminação dos que são feridos na selva. Engano. O mesmo estado que força a extinção das pequenas empresas agrícolas e de pesca, que se acomoda com hipócrita tristeza às inúmeras falências que todos os dias assolam o país, vem injectar milhões e milhões de euros nos que se roubaram mutuamente e falharam as contas e as estratégias que tão arrogantemente hasteavam como geniais engenharias económicas.

Os meios de comunicação social queimam horas de debates verberando tão abstrusas medidas que «não têm explicação». Não se lembram, não querem dizer, fazem parte do esquema. É que o sindicato engloba os governos. Os membros que governam têm que proteger os seus investimentos e os dos outros membros. São juízes em causa própria? Claro!

Coincidência ou não, descobriram uma fantástica maneira de desapossar a turba. A luta pelos salários baixos é aborrecida, a precarização está esgotada, o consumo está ameaçado por fornecedores não controlados. Descobriram uma maneira indirecta de desapossamento: os fundos de certo tipo de empresas são desviados de maneira directa para os membros mais activos, seja por vencimentos, complementos, indemnizações, reformas, seja por engenharia financeira incontrolada e indetectável. Quando essas empresas correm risco de insolvência, o estado repõe o stock com os bens que pertencem à turba, mas esta delegou nos que, equivocadamente, pensava serem os seus representantes. "Limpinho". Não é genial?

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