Este blog está por esta altura a contabilizar 1000 visitas. Grande coisa, pensarão quase todos, ironicamente. Eu sei que há blogs que comemoram 10.000 visitas, outros, 100.000 palavras.
Uns têm centenas de visitas diárias. Outros, desistem porque a audiência diária caiu para umas meras dezenas, quando já tiveram muitas. Esquecem-se, penso eu, que a concorrência aumentou.
Tenho pena que alguns blogs acabem, porque quando lá ia gostava do que lia. Alguns, parece que acusam alguma pressão para escreverem com frequência, todos os dias se possível. Alguns, parece que acusam alguma pressão para escreverem coisas inteligentes, que o seu estatuto exige. Alguns, parece que tinham pouco a dizer e que após aliviarem a pressão, se sentem satisfeitos, alguns, só com um post.
É um pouco o que se passa comigo. Hoje dei por mim com um auto-contentamento de ter dito algumas coisas que me incomodavam.
A invasão do Iraque custou-me muito. Habituado pelos filmes, sobretudo de detectives e tribunais, a considerar os States um país onde «toda a gente é inocente, até prova em contrário» e onde «o ónus da prova compete à acusação», assisti diariamente, primeiro ao discurso preconceituoso dum Bush ressabiado de quem levou um «caldo» por detrás e que virando-se e não sabendo quem lho deu, dá um murro no primeiro que se ri. Depois, assisti à invasão homicida de um exército obscenamente arrogante, talvez por ter todas as vantagens tecnológicas.
Enquanto isso, a comunicação social, incapaz de independência, com «Carlos-Fínicas» excepções, alinhava no cortejo triunfal. Doeu.
O ab Rupto já uma vez tinha opinado que o blog é o meio adequado para o pequeno projecto pessoal que não tem entrada no grande meio de informação. Assim tem sido.
Encontrei blogs eruditos, documentados, com escrita elegante. Encontrei até alguns que diziam as mesmas coisas que eu e de maneira mais clara e acutilante. Mas há sempre uma «nuance» que caracteriza melhor a nossa individualidade.
Estas 1000 visitas constituem uma média de 10 por dia. Se 20% forem minhas e outros 20%, despenhamentos típicos do buraco-negro Google, restam meia dúzia de visitantes diários, 3 ou 4 assíduos e mais 5 ou 6 esporádicos. Esses me chegam para continuar.