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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

26.11.04

O 25 de Novembro – uma visão pessoal 

A instauração dum regime de esquerda nesta zona de influência americana esteve sempre condenada. Estou convencido que, se necessário, haveria aqui intervenção militar americana, encapotada com a NATO. As esquadras desta, rondaram continuamente a nossa costa durante todo o PREC, pelo menos como manobras intimidadoras.
A partir do verão de 75 e sobretudo com o governo de Pinheiro de Azevedo, vão sendo retirados postos e poder aos militares da esquerda militar forçando-os a tomar uma decisão: ou aceitar e perder poder para a facção contrária ou reagir. Com uma reacção contava a ala eanista (grupo dos 9), moderada, mas atrás da qual se alinhavam todos os conservadores militares, para poder responder «travando um golpe esquerdista», em vez de atacar e aparecer como golpista (como aparecera no 11 de Março, com as consequências de fiasco que se conhecem e que permitiram uma radicalização do processo, fazendo disparar as nacionalizações). A extrema-esquerda estava desejosa de confronto porque não via o processo revolucionário a avançar. O PC dividido entre a vontade de «não perder o comboio» e o receio de deitar tudo a perder, hesitava. Após mais uma provocação, a esquerda militar «saiu». A resposta eanista, preparadíssima, postou-se, eficiente. Durante a tarde, percebeu-se que o PC recuara. Ficou a extrema-esquerda a persistir na verdade dum jogo perdido. Os 3 mortos do Regimento de Lanceiros podiam ter sido evitados. Mas se o confronto tivesse sido mais alargado, não teriam sido só 3, mas talvez centenas ou milhares, os mortos. Eanes e as suas forças estavam decididos a virar a situação, fosse qual fosse o preço militar a pagar.
Talvez o recuo do PC tenha sido obtido a troco da aceitação do PC como partido legal, o que foi conseguido magistralmente com uma ou duas frases de Melo Antunes.
De qualquer modo, a ser verdade esta tese, a Cunhal devemos não ter havido guerra civil. Estou convencido que muitos dos que o enxovalharam não sabem o quanto lhe devem. Também se devem louvores a quem evita guerras.

posted by perplexo  # 01:16

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