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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

1.8.06

A desertificação à bomba 


Anteontem, os nazis de Israel bombardearam um edifício habitado de Qana, no Líbano, matando, só ali, cerca de 57 pessoas, das quais mais de 30 eram crianças.
A precisão que demonstram quando atingem carros e ambulâncias prova que matam com total conhecimento e domínio das armas que usam. Costumam até vangloriar-se dos crimes que praticam com a tecnologia de que dispõem mostrando em vídeo as habilidades tecnológicas onde o alvo, captado de satélites ou aviões a grande altura, é rigorosamente enquadrado e sobre o qual, incauto e indefeso, em breves segundos vai cair uma bomba num revoltante espectáculo de execuções em directo. «Sim senhor! Mais uma estrondosa vitória! Grandes heróis!».

A tecnologia que o ditador americano lhes deu mostra-lhes claramente que ali vivem dezenas de pessoas indefesas. Mesmo assim lançam bombas sobre elas. Matam implacavelmente. Matam como a raposa no galinheiro. Pelo instinto. Pelo sangue. É o brio dos assassinos. São insensíveis a que ali haja 50 ou 20 ou 10 ou 2 justos. Desde que saibam (ou digam que sabem), que ali existe um combatente pela liberdade palestiniana, é certo que todos os justos serão bombardeados.

Como me sinto ludibriado por ter vibrado com as cenas épicas do filme «Exodus», nos anos 60. O país que queriam, querem-no à custa da negação dum país para os habitantes da Palestina. A quem, além disso, já surripiaram metade do território inicialmente a eles destinado pelas Nações Unidas. E que, atirados para reservas áridas, se revoltam e vão sendo quotidianamente exterminados, como o genocida americano tão bem exemplificou com os índios.

Como me sinto ingénuo por ter rejubilado em 67, quando «o pequeno David rodeado de inimigos» atacou de surpresa todos os países em volta, destruindo a aviação em terra. E que no deserto do Sinai humilhou os soldados egípcios ficando-lhes com as botas e obrigando-os a regressar a pé pelas areias escaldantes. Não me apercebi na altura que era a semente da desertificação humana que ali estava a ser lançada. Enraizada, possuidora dum exército potentíssimo e da bomba atómica, não há maneira de um exército organizado lutar contra ela. Daí que os vizinhos fiquem quietinhos, apesar de todas as iniquidades que presenciam e que provocam ondas de refugiados nos seus países, onde se acumulam em campos de refugiados durante décadas. Daí que a resistência só possa surgir através de grupos que não estejam integrados em estados organizados. E surge, naturalmente, entre a população dos territórios palestinianos, libaneses e sírios ocupados, que tenta enxotar a praga com armas artesanais ou, simbolicamente, à pedrada.

posted by perplexo  # 22:58
Comments:
Excelente artigo! Nem mais...
Quanto a mim, tudo está condensado aqui:
Ler todos os links e sublinks.
 
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