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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

26.2.08

Arte Islâmica 


O poder muçulmano dominou partes do território que actualmente constitui o de Portugal desde cerca de 711 até meados do séc. XIII – mais de 500 anos.
A influência das crenças e dos outros aspectos da mentalidade gera formas e estéticas próprias e a estada muçulmana na Península não foi excepção. A arte muçulmana tem características próprias e criou também alterações de gosto em quem a ela foi exposto. A chamada Arte Islâmica não se limita à produzida durante aquele período mas também à produzida posteriormente por artífices muçulmanos, que por cá se mantiveram ou na próxima Granada, ou até por artistas cristãos que souberam corresponder às encomendas de quem estava seduzido por aquelas formas ou queria usá-las como símbolo de luxo ou exotismo.

Mértola é a povoação portuguesa que mais vestígios contém da estada muçulmana. As minas próximas e o contacto fluvial com o Mediterrâneo mantiveram-na com alguma importância durante séculos e no tempo de D. Afonso Henriques chegou mesmo a ter um certo protagonismo político no campo muçulmano. Hoje, Mértola tem vários pólos museológicos dedicados à presença islâmica (mas não só) e toda ela está bastante virada para essa recente vocação turística.

As palavras seguintes podem-se ler numa parede do museu islâmico de Mértola e denunciam a orientação moderna do arqueólogo Cláudio Torres – um dos artífices da actual visibilidade de Mértola – de não olhar apenas para os cabeçalhos da História:

A história é feita de muitas memórias. O documento escrito, nas suas linhas e entre-linhas, pretende mostrar à posteridade os feitos dos poderosos, os registos de uma história encomendada. Aos oprimidos, sem escrita, resta o efémero de um gesto ou acorde musical, resta o artefacto humilde de todos os dias, a panela escura que esbeiçou de cansaço ou o candil onde o azeite secou.
Neste nosso museu vamos contar a história possível dos vencidos, dos camponeses, pescadores e artesãos de Mértola, a quem chamaram mouros, e que habitaram e ainda habitam as casas dos seus antepassados.

Entretanto, mas só até 2 de Março, está patente na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, ao Saldanha, a exposição de arte islâmica Olhares cruzados sobre Arte e Islão com comentários separados de um arqueólogo, um historiador, uma historiadora de arte e um teólogo do Islão mas cujas palavras não pude fotografar. Mostro, no entanto, esta imagem de uma peça lá exposta que encontrei na Net, a fim de vos aguçar o interesse…


posted by perplexo  # 22:38
Comments:
É curioso como um comentário a um comentário se encaixa tão bem como comentário ao texto que aqui tens em itálico.

Pegue-se num pedaço de latão não polido;
Deixe-se passar mais de um quarto de século, tendo o cuidado de o ir recobrindo regularmente de cinza, retirando-a com um pano alternadamente seco e húmido;
Coloque-se a peça em estudo num local fracamente iluminado com lâmpadas de incandescência normais;
Analise-se o objecto através de dois ou três copos de vinho tinto, já ingerido;
Tente-se reproduzir o que se recorda passados tempos.

Amarelo? Não! Cinza? Também não!
Provavelmente um verdete escuro e pouco saturado.
Pelo menos é o que a minha imaginação, pouco fértil, me transmite.
 
Viva, Perplexo! Obrigado pela informação, aproveito para anunciar a abertura, hoje, do concurso de poesia. Não se aceitam poemas em árabe, só em português. Ehehehe!
 
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