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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

24.2.10

Perfeito 


Há dias, houve uma manifestação contra a aprovação do casamento para gays e lésbicas. Eu não percebo o que os faz correr. Talvez o medo de que os cônjuges dos seus familiares gays e lésbicas venham a herdar parte do património com que já contavam.

Algumas palavras de ordem eram surrealistas, do tipo «Os gays não geram filhos. A sociedade vai acabar», como se fossem os filhos actuais dos gays que mantêm o fluxo suficiente de nascimentos, ou como se, a partir de agora, toda a gente fosse obrigada a casar com pessoas do mesmo sexo.

Não se percebe, à primeira. Depois, vêem-se outras palavras de ordem – «Deus criou um homem e uma mulher» – e percebe-se o desfasamento de mentalidade que os assola. 150 anos depois da teoria de Darwin – que é racionalmente válida e de uma elegância e simplicidade que a tornam das ideias mais brilhantes de todos os tempos – estes indivíduos escolhem seguir um mito com mais de 3000 anos, que, sobretudo, não foi confirmado pela realidade, porque é da família do mito de que os abutres são fecundados pelo vento ou o de que as características genéticas são determinadas pelas imagens que as fêmeas observam no momento da fecundação.

Curiosamente, têm o seu papel positivo, reconheço, como quase tudo na sociedade – o de travão. Sem estas mentalidades retrógradas podíamos correr o risco de avançar a toda a brida, sem cuidar de alguma curva mais apertada do caminho. Eles ajudam-nos a avançar devagar. Aliás, este é o ritmo certo – a sociedade a avançar e eles a travar e a recuar, tanto que se vêem na necessidade de fazer manifestações, como os pobres.

posted by perplexo  # 02:15
Comments:
Que sejamos tolerantes para com os homossexuais, é uma coisa… discutível, pelo menos até onde vai essa tolerância. Iremos tolerar, digamos, a adopção de crianças como de resto pretendem, com todas as implicações e consequências que daí naturalmente resultarão?
Tratar-se-á da procura de uma banalização do indecoro? Um passo em frente na sociedade do futuro na que se procura "enquadrar" o Homem colectivo, gregário, decadente e imoral, já sem capacidade discriminativa e finalmente, irrecuperável?
 
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21.2.10

Best of... Fevereiro de 2009 


Soluções para a crise

Dantes, por vezes, eu deixava passar a data de pagamento de alguma factura de despesas caseiras. Agora, isso raramente acontece. Tenho-as dispostas verticalmente, junto ao ponto onde largo as chaves, com a data escrita de maneira bem visível. Quando o prazo limite se aproxima, pago-as.

Hoje, o Sócrates lembrou que, em vez de descrevermos a crise, devemos apontar soluções. Gostei de ouvir. E aí lembrei-me que não faz sentido deixar para o último dia o pagamento das nossas facturas. Quando chegam pelo correio, já estamos a devê-las; por que não pagá-las logo, se tivermos dinheiro na conta? Não ganhamos nada por manter o dinheiro nos bancos – as instituições parasitas que nos massacram com propostas de cartões e empréstimos de que não precisamos, que nos cobram taxas de serviços surrealistas, que nos cobram taxas de juro de habitação canalhas, que desencadearam a crise mundial, que continuam com lucros obscenos, que não nos pagam juros pelo dinheiro que lá vamos tendo depositado. Não nos pagam juros, mas esse nosso dinheiro está a servir para ser emprestado a outros «nós» por taxas agiotas.

Se não nos pagam juros, de nada serve manter lá o dinheiro. Paguemos as contas o quanto antes. Ao menos, são de empresas que produzem alguma coisa, que nos prestam algum serviço ou nos fornecem algum produto – merecem algum respeito.

Eis a minha solução para ajudar as empresas portuguesas.

11.2.10

O tribunal de instância alternativa 


Os tempos que correm não são como os de antigamente – La Palisse não diria melhor.
As tecnologias de divulgação de informação de que o cidadão vulgar dispõe dão-lhe um poder com que dantes não podia sonhar.

Bem pode Pinto da Costa cantar de galo, num dia, por ter sido absolvido, ou sentença semelhante, que no outro dia alguém já pôs no YouTube as escutas do seu caso e ele tem que “bater a bolinha baixo” porque “os chocolates e a fruta” passaram para o domínio do público e é este que passa a avaliar da inocência ou da culpa que aquelas sobremesas sugerem.
Bem pode o Procurador-geral da República dizer que as escutas declaradas nulas não existem, que, quando elas passam para a comunicação social, elas existem, e com que força!

As novas tecnologias vieram alterar o poder das forças em presença. Muitas vezes o julgamento dos mails e dos blogs será de uma injustiça cruel, mas noutras virá conferir um carácter de reposição da justiça. As maiorias nem sempre têm razão, sobretudo se reflectirem a síndroma de multidão, mas o julgamento na Internet não será antes uma soma de julgamentos individuais?
Perigoso, é. Relativamente. Todas as pessoas têm um conceito de equidade. Aliás, é na confiança na sua capacidade de avaliar que se baseiam as eleições.

Inocente? Culpado? Vou esperar pelo YouTube e depois decido!

6.2.10

O local do crime revisitado 


O recente caso das escutas divulgadas por um magistrado de Aveiro é de uma gravidade incontornável.

O caso Manuela Moura Guedes era de verosimilhança questionável – o carácter perseguidor do programa, batendo exaustivamente no irrelevante caso da licenciatura de Sócrates, e no caso Freeport, apontando sempre para Sócrates, parecia configurar uma fixação mesquinha. Que Sócrates mexesse um dedo para alterar a situação, parecia ridículo.

O caso Mário Crespo, como regresso do criminoso ao local do crime, veio dar a toda a gente a convicção de que Sócrates andava realmente a tentar mexer os cordelinhos.
Na altura, há poucos dias, pensei em fazer um post sobre a situação, focando o seguinte ponto: quem afronta o poder, como Crespo tem feito no seu blog, que até a mim me surpreende, não pode esperar palmadinhas nas costas. Isso está sempre a acontecer nas empresas. É o preço a pagar pela coragem e pela coerência.

A divulgação agora feita veio na altura certa, por aproveitar mais este episódio de controlo da comunicação social. O divulgador escolheu bem a altura e sabe que é uma bomba que vai estoirar com muita coisa. Em primeiro lugar, o Procurador-geral da República e o outro senhor do cabelo lambido, que desvalorizaram o caso, com laivos de encobrimento, que até se apressaram a mandar destruir as escutas. O que lhes resta? – nada mais que a demissão. Se a actuação do primeiro-ministro é de julgamento, sobretudo, político, a actuação destas entidades foi claramente ao arrepio das suas funções. Ao encobrirem aquilo a que deviam dar andamento, eventualmente, criminal, perderam toda a credibilidade que o cargo exige. Demissão.

A entidade de Aveiro – investigador judiciário ou juiz, não sei – vai levar um castigo, disso não duvido. Afinal, violou o segredo de justiça e procedeu contra as ordens recebidas, e a obediência continua a ser mais valorizada que a competência. Pelo menos ao ouvir o crispado chefe da bancada socialista, Assis, é essa entidade de Aveiro o grande criminoso. Só espero que não fique surpreendida com o castigo. Eventualmente, será só uma repreensão, e, se ainda houver gente decente na área, irá acompanhada de uma palmada de incentivo nas costas.

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