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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

7.11.10

Experiências na minha cozinha 


Deserto de Atacama

Há tempos, ao regressar de umas pequenas férias, deparei-me com um carreiro de formigas em casa e brigadas de exploração em vários locais. Apesar de alguns ataques com vinagre e spray anti-insectos, a comunidade não desaparecia completamente.

Há uns quinze dias, encontrei o meu pacote de flocos de chocolate carregadinho de formigas, aonde chegavam por um carreiro de espesso caudal.
Como “limpar” os flocos? Pô-los no micro-ondas? Além de matar as bichas, ainda ficaria com uns flocos com um sabor um pouco picante, acredito. Como fazer com que abandonassem o pacote e não retornassem?

Lembrei-me, então – mais como brincadeira de miúdo a descobrir as maravilhas do mundo animal que como experiência credível – de pendurar o pacote por uma longa e fina linha ao candeeiro do tecto. Pouco depois, já algumas tinham encontrado a linha, que iam explorando. Quando me fui deitar – umas três horas depois – a linha estava carregadinha delas e muitas já exploravam a vastidão desértica do tecto liso.

Na manhã seguinte, o pacote estava livre de formigas. O pacote e a casa. Nem uma. Desapareceram todas. E, já lá vão quinze dias.

Ao imaginar a pequena odisseia das formigas, comparei-a com a da saída dos mineiros chilenos das profundezas da mina no deserto de Atacama. Sendo a linha de cerca de metro e vinte e as formigas de três milímetros, a relação corpo – distância à superfície era semelhante: 1/400.

Certamente que foi muito mais fácil para as formigas treparem por uma linha até ao tecto do que os mineiros chegarem à superfície. Mas, quando a linha acabou, aquelas ainda tiveram de atravessar o “deserto de Atacama” do meu tecto e descer pelas paredes até à saída deste mundo inóspito onde os deliciosos flocos de chocolate, de repente e imprevisivelmente, ficam tão remotamente isolados como o fundo de uma mina de cobre no Chile.

posted by perplexo  # 14:43

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