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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

27.2.06

Oração das esposas devotas 


Dai-nos Senhor o pão-nosso cada dia!



Pão


posted by perplexo  # 01:09
Comments:
Só que pão varia de esposa para esposa.
A história continua lá na banca.
Um abraço. Augusto
 
dai-me senhor um excelente dia....:)


olá núvem desaparecida. beijo.
 
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26.2.06

Coitadas das velhas! 

Em época de Carnaval, lembrei-me hoje duns dos variados pândegos que surgiam nos Entrudos da minha terra, lá no interior do país da minha meninice.

Em passo de corrida, seguiam em fila 4 homens apregoando cada um a sua mercadoria. O primeiro levava um quartilho de alumínio, o segundo uma pá em bom estado, o terceiro duas farinheiras e o quarto uma pá ferrugenta. Iam correndo e apregoando e nos cruzamentos de ruas ficavam por ali uns 4 ou 5 minutos gritando em sequência:

- Ó leite!
- Pás novas!
- Farinheiras!
- Pás velhas!

Comments:
As formas variam, os conceitos mantêem-se.
 
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25.2.06

O visível e o subjacente 

Rodolfo Bispo, Fashion TV


É inaugurada hoje na Galeria da Câmara de Mafra uma exposição de desenhos de grande formato de Rodolfo Bispo.

Comments:
Registei, e assim que puder vou lá. Recebe um abraço e mais outro para o rebento...
 
Não fica exactamente ali ao virar da esquina, apenas duas ou tres esquinas.
Lá irei em havendo oportunidade.
 
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24.2.06

Uma réstia de dignidade 

Ao ouvir hoje um debate na Assembleia, em resposta a uma diatribe «Rambocolesca» do CDS, ouvi Sócrates lembrar que «foram vocês que apoiaram uma guerra baseada numa mentira histórica» – a guerra do Iraque.

É bom ver o Primeiro-ministro do meu país mostrar que podemos manter a cabeça levantada, mesmo que o nosso poderoso aliado nos envergonhe a todos.

Comments:
Suponho que todos têm direito a um momento de lucidez.
Até o primeiro ministro luso!
 
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22.2.06

Cerco ao hemiciclo 

Ana Vieira, Sem Título, 1968


Está a decorrer uma exposição, de obras provenientes do Museu de Serralves do Porto, na Assembleia da República, em Lisboa. :) Além de poder fruir das obras de alguns dos grandes nomes da Arte Contemporânea, o visitante é brindado com um bónus extra – uma visita aos espaços da dita Assembleia, já que as obras estão distribuídas por esses espaços.

Todos fazemos uma ideia de como é a sala do hemiciclo onde decorrem os debates, mas poucos saberão de como é pequena. É exígua. É quase promíscua. Quase acredito que os deputados do CDS e os do BE, que estão frente-a-frente, levam com o bafo uns dos outros em alturas de maior veemência verbal.
Não há dúvida que a televisão transforma pequenos espaços em enormes areópagos.

Houve outros 2 pormenores que me surpreenderam: as cadeiras dos deputados são poltronas deslocáveis – sempre pensei que estivessem presas ao chão, como nos teatros – e o hemiciclo é no 1º andar – sempre o imaginei ao nível do rés-do-chão.

Eu até tinha obrigação de não ficar surpreendido. Já lá tinha estado pelo menos 2 vezes: uma vez em trabalho – electricista?, repórter?, entregador de pizzas? – e outra vez integrado num grupo sindical. Quando chegou o momento de uma certa votação - já não me lembro qual - o grupo, alinhado numa bancada do público, levantou-se, tirou a camisola e mostrou uma palavra ou frase composta pelas letras que levava escritas nas t-shirts – cada pessoa, uma letra.
É claro que o Presidente da Assembleia mandou, de imediato, evacuar as bancadas do público.

Comments:
best regards, nice info
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19.2.06

Museu da Pedra em Cantanhede 

Canteiro


Poema da pedra lioz

Álvaro Góis,
Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
pedreiros de profissão,
de sombrias cataduras
como bisontes lendários,
modelam ternas figuras
na brutidão dos calcários.

Ali, no esconso recanto,
só o túmulo, e mais nada,
suspenso no roxo pranto
de uma fresta geminada.
Mas no silêncio da nave,
como um cinzel que batuca,
soa sempre um truca… truca…
Lento, pausado, suave,
truca, truca, truca, truca,
sob a abóbada românica,
como um cinzel que batuca
numa insistência satânica:
truca, truca, truca, truca,
truca, truca, truca, truca.

Álvaro Góis,
Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
ambos vivos ali estão,
truca, truca, truca, truca,
vestidos de surrobeco
e acocorados no chão,
truca, truca, truca, truca.

No friso largo de um palmo,
que dá volta a toda a arca,
um Cristo, de gesto calmo,
assiste ao chegar da barca.

Homens de vária feição,
barrigudos e contentes,
mostram, no riso dos dentes
o gozo da salvação.
Anjinhos de longas vestes,
e cabelo aos caracóis,
tocam pífaros celestes,
entre cometas e sóis.
Mulheres e homens, sem paz,
esgazeados de remorsos,
desistem de fazer esforços,
entregam-se a Satanás.

Fixando a pedra, mirando-a,
quanto mais o olhar se educa,
mais se estende o truca… truca…
que enche a nave, transbordando-a,
truca, truca, truca, truca
truca, truca, truca, truca.

No desmedido caixão,
grande senhor ali jaz.
Pupilo de Satanás?
Alma pura de eleição?
Dom Afonso ou Dom João?
Para o caso tanto faz.

António Gedeão


Este poema está exposto com destaque no Museu da Pedra em Cantanhede, um museu muito pedagógico sobre a pedra, desde as formações geológicas da região até aos produtos finais, com realce para os escultóricos, passando pelas patologias de pedra e pelas ferramentas do trabalho, tantas vezes anónimo, da transformação do informe oculto em delicada forma revelada.



Exposição temporária


Lioz é o calcário brando da zona de Lisboa com o qual foram construídos quase todos os seus monumentos, desde a Torre de Belém à Sede da Caixa Geral de Depósitos. O calcário da zona de Cantanhede é a chamada Pedra de Ançã extraída nas pedreiras de Ançã, Portunhos e Outil e que moldou a face arquitectónica e escultórica de Coimbra no século XVI.


Comments:
Viva! gostei deste post á pedra. Uma boa semana.
 
Ao ler o texto, não vejo nele o elogio à pedra, mas aos homens anónimos que a trabalham, dando- lhe sentido. Um a pedra só por si pouco representa até que alguém lhe dá o espírito de qualquer coisa. Por muito simples que a coisa seja, então sim ela deixa de pedra para ser qualquer coisa feita em pedra.
Um abraço. Augusto
 
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15.2.06

Serpa – Terra forte 

Serpa


De vez em quando, gosto de escolher uma povoação afastada de Lisboa e ir lá passar o fim-de-semana. Há uma quantidade de povoações por esse país fora que me despertam curiosidade, quer porque passei por lá alguma vez de fugida e me pareceram interessantes ou por algum outro aspecto mais obscuro como a sonoridade do nome ou a localização. Mas não faço isso com tanta frequência como gostava.
Este fim-de-semana calhou, felizmente, a vez de Serpa. Além da esperada calma, desfrutei de sabores tão pouco habituais em Lisboa como:

- Sopa de Cação
- Carne de Borrego frita em Azeite
- Espargos bravos com Linguiça e Ovos mexidos
- Pezinhos de Borrego estufados
- Cozido de Grão e Carne de Vaca

sempre regados com vinho de Pias. E de sobremesas, Siricaia, Pão de Rala e Queijadas de Requeijão. Não provei lá o Queijo de Serpa mas comprei para comer cá em casa.

É relaxante passear pelas suas ruas intra-muros onde se ouve pouco mais que os sons dos passos e as vozes das pessoas ou subir à torre do Castelo e olhar para longe, com o verde a perder de vista.
No Castelo está alojado um Museu de Arqueologia em vias de reorganização.

Museu Arqueológico de Serpa


Um outro museu que se vê com agrado é o Museu Etnográfico. Tem um bom recheio de objectos e instrumentos de feitura artesanal antiga para servir as várias actividades económicas da zona e das ferramentas que ajudavam a produzir aqueles objectos.
A organização das salas é orientada para cada um dos ofícios tradicionais representados: Abegão (Carpinteiro de carros e outras ferramentas agrícolas), Albardeiro, Cadeireiro, Carpinteiro, Cesteiro, Costureira/Alfaiate, Ferrador, Ferreiro, Latoeiro, Oleiro, Rouparia (Queijaria) e Sapateiro. Alguns destes ofícios forneciam produtos para mais que uma actividade económica.

Bochete – instrumento bicentenário para polir as solas dos sapatos


Não sei qual é a viabilidade futura das artes tradicionais, mas soube que Serpa tem uma Escola que resultou da fusão duma Escola de Artes e Ofícios Tradicionais com uma Escola Profissional de Agricultura. Ministra cursos técnicos de Gestão Agrícola, Indústrias Agro-alimentares, Construção Civil tradicional, Património Cultural, Cerâmica Artística, Fabrico de Queijo, Agro-florestal e Turismo Rural.

Na rua, dei com uma porta cujas almofadas de madeira têm altos-relevos. Houve um artista que talhou tudo aquilo. Reparem na quantidade de instrumentos agrícolas que estão representados.

Porta do antigo Grémio da Lavoura


É a porta do antigo Grémio da Lavoura. (Parece-me que agora é a sede da Cooperativa). Mais vestígios de outros tempos se vão encontrando, como este registo fotográfico de trabalhadores agrícolas e um provável capataz.

Trabalho no Alentejo, antes do 25 de Abril


Existe em Serpa um inesperado Museu do Relógio com 1600 peças todas movidas a corda, algumas muito curiosas, como relógios para controlar o tempo de passeio de coche ou este em faiança com inspiração no Angelus de Millet.

Museu do Relógio, Serpa


Ainda relacionado com relógios queria assinalar que um relógio de torre, que bate as horas vibrantemente 2 vezes a cada hora, se cala entre as 10 da noite e as 7 da manhã. Alguém teve a preocupação de deixar descansar os Serpenses, o que é de louvar.

Ainda houve tempo para dar um salto ao Pulo do Lobo que o tempo estava solarengo e regressar calmo e refeito.


Lei do Património Cultural Português (Lei nº 13/85)
- «O património cultural português é constituído por todos os bens materiais e imateriais que, pelo seu reconhecido valor próprio, devam ser considerados como de interesse relevante para a permanência e identidade da cultura portuguesa através do tempo».
- «É direito e dever de todos os cidadãos preservar, defender e valorizar o património cultural».

Comments:
Adoro o Alentejo, mas hoje fiquei a saber imensas coisas que desconhecia sobre Serpa. Foi bom ter passado aqui. Beijinhos.
 
Adoro o Alentejo, mas hoje fiquei a saber imensas coisas que desconhecia sobre Serpa. Foi bom ter passado aqui. Beijinhos.
 
Uma das mais belas melodias do cante de Serpa diz assim: Ó Serpa pois tu não ouves os teus filhos a cantar? Enquanto os teus filhos cantam, tu Serpa deves chorar.
Depois de ver estas fotos e ler estes textos sou eu filha de Serpa que choro tantas recordações.
Um abraço
Susete
 
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12.2.06

Agenda cultural 

Ricardo Campos, Sobre... Vivência


Até 5 de Março, estão expostas cerca de 70 obras de jovens artistas (18-35) em 2 espaços da Câmara da Amadora – o próprio edifício da Câmara e o espaço Recreios da Amadora, do outro lado da linha.


Comments:
Ficou registado o evento. By the way, esta estranha forma de escrita, deixa-me os cabelos em pé, não devo ter acompanhado a evolução do cripto.
Um abraço. Augusto
 
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9.2.06

Doa a quem doer! 

A querela dos cartoons de Maomé está a agitar a blogaláxia, a comunicação social e o mundo. E, por estranho que pareça, desta vez, a ruptura não se faz pela clivagem política habitual. Tanto vejo reaccionários como revolucionários a defender intransigentemente a liberdade de expressão, e tanto vejo direitistas como esquerdistas a apoiar a contenção e a necessidade de não fazer provocações desnecessárias. É surpreendente, dá que pensar e é isso que pretendo fazer. Talvez estejamos perante uma oportunidade de crescer em consciência, em cidadania, em humanidade.

Quando a querela começou, na minha habitual formatação de atitudes, achei melhor relativizar a questão, vê-la doutro ponto de vista. Além de afirmar um direito à liberdade de expressão, quis pôr à prova o fair-play do «nosso» campo – o cristão. Seria que daria para perceber que quando nos toca a «nós» nem sempre somos tão lestos a afirmar a defesa dessa liberdade?

Há 2 dias, pensava prosseguir na publicação de imagens blasfemas, desta vez avacalhando a pretensa virgindade de Maria. Alvos não faltam. Mas, resolvi parar. Chamem-lhe auto-censura, resquícios de superstição religiosa ou a constatação que estava a usar alvos errados.

No Ocidente, a religião está tão desacreditada que possivelmente não é nela que podem ser encontrados os alvos mais «sagrados». Os tabus actuais divergem de pessoa para pessoa mas estão mais secularizados. A bandeira, o «homem português», Portugal, serão talvez ícones mais sagrados que os cristãos ou os judaicos.

Parece que a origem dos cartoons teve uma inequívoca intenção provocatória e a sua difusão no mundo muçulmano teve uma inequívoca intenção de o pôr contra o Ocidente. Seja como for, não altera em nada o fundo da questão. O cenário podia acontecer sem jogadas subterrâneas.

A nossa liberdade de expressão não caiu do céu – foi conquistada com muito sofrimento e muito sangue. E foi-se conquistando ao mesmo tempo – indissociavelmente ao mesmo tempo – que a tolerância. Não podia existir sem a tolerância. E, provavelmente, esta também não se teria afirmado como valor inestimável sem a liberdade de expressão. São «irmãs germanas».

Um jornal tem a liberdade de escrever ou publicar o que quer. Tem? Tem. Pode é ficar sujeito a processos judiciais. E às vezes é compelido a não publicar algo por uma acção cautelar, para evitar um abuso de liberdade de expressão previsto. Porque a lei prevê que há certas informações ou publicações, cuja publicação é crime. Dizer que há liberdade de expressão, sem mais, é generalizar o que é um pouco mais restrito. Seria o mesmo que dizer que há liberdade de usar uma faca. Há, mas se servir para matar alguém, o criminoso fica sujeito à acção judicial.

O jornal teve a liberdade de publicar os cartoons. Óptimo. Afirmou uma liberdade que lhe é cara, doa a quem doer. Se doer a alguém, isso significa que esse alguém está num estado de evolução sócio-politica atrasada, que não reconhece a supremacia da sociedade de liberdade em que vivemos. Problema dele. Que use os tribunais, se se sentir ofendido! Isto deve pensar o jornal e os campeões das liberdades que tenho visto pulular nos últimos dias.
O mundo muçulmano teve a liberdade de queimar embaixadas. Usa a liberdade como costuma usar o «povo» quando os poderosos o humilham – corta estradas, apedreja autocarros, incendeia sedes de partidos, pendura árbitros na trave da baliza. Os poderosos que usem os tribunais e vão descobrir quem foi. «Para lá do Marão, mandam os que lá estão!». Isto digo eu que tenho a mania de fazer paralelos.

Estamos muito orgulhosos da nossa cultura ocidental. Não temos a menor dúvida de que está a anos – luz das culturas dos outros povos. Achamos que eles vão ter que aceitar e respeitar os nossos valores. E o que pensam esses povos? Também estão certos de que a nossa cultura é superior? Possivelmente, não. Quem é o árbitro?
Eu, pessoalmente, estou convencido que estamos um bocado mais evoluídos em certos aspectos de direitos humanos e de tecnologia. Mas, acredito que um muçulmano esteja convencido da superioridade da sua maneira de viver e, até, da maneira como entende o respeito pelos outros.

O caldo está entornado e eu estou preocupado. Vejo as posições a estremarem-se e a lucidez a rarear.
Não me peçam a mim para tomar posição. Eu não tenho certezas definidas, neste assunto. E duvido da justeza das certezas dos que já têm as suas posições muito bem definidas.

- Defendo a liberdade de expressão.
- Compreendo perfeitamente a revolta muçulmana.

Está claro para mim que o binómio liberdade de expressão/tolerância evoluiu tão inextrincávelmente como os elementos Yin/Yang da filosofia oriental. Evoluiu no seio duma pequena fatia da população mundial. O seu alastramento para o globo será um efeito da globalização e será tão doloroso como o foi nas 13 províncias americanas do século XVIII e na velha Europa. Estamos e vamos continuar todos a pagar o preço em sofrimento duma conquista de tolerância a nível global. Acredito que é inevitável a propagação global da tolerância. Acredito que é inevitável o sofrimento associado.

Comments:
Só vim aqui para anunciar o próximo jogo, a realizar no Estádio das Trevas, entre as equipas de Cristo e de Maomé.
 
Meu caro.
Apreciei a sua visita e tive o prazer de ler este seu excelaente texto, com o qual concordo plenamente.
Apenas lhe queria fazer uma referencia, que possívelmente você não valorizará, mas que para mim faz toda a diferença: Se Cristo não tivesse defenido sem sombra de dúvida as diferenças enter o Divino e o Terreno (a César o que é de César, a Deus o que é de Deus), muito provávelmente esta nossa Europa evoluída, que por muito que não interesse a muita gente, tem uma matriz Cristã, poderia ter evoluído de maneira diferente e quem sabe se não seria neste momento formado por estados teocratas e intransigentes?
Sabe, é que eu acho que por muito ateísmo, agnósticismo e laicismo que grasse numa sociedade, a matriz religiosa é indissociável da cultura.
Cumprimentos cordiais.
 
Eu nunca acreditei nessa dicotomia redutora esquerda-direita. Por isso é que troço dizendo que vai haver um jogo Cristo-Maomé.
 
Obrigado a todos pelas vossas visitas e palavras.
Ó Henrique, parece que o Freitas do Amaral aceitou bem a tua proposta e também sugere um torneio de futebol entre europeus e islâmicos. Foi o que ouvi de "relance".
Ó "Velho", concordo que a componente religiosa desempenha um papel importante na formatação das mentalidades, mas estou convencido que a evolução ocidental se fez apesar da matriz cristã e sobretudo apesar da matriz católica. Mas pode ser que eu esteja apenas mais influenciado pela "lenda negra", que enegrece a contribuição católica para este "resultado final".
Abraços!
 
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6.2.06

Imagens blasfemas – O dogma da Trindade 

Jean Effel, A criação do mundo

- Único em três pessoas… Está claro, agora?


Comments:
agradecendo a visita e deixando um abraço, aproveitei para dar uma volta :)
 
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5.2.06

A querela das imagens blasfemas 

Zé Paulo, Colecção Semana de Presença Libertária


Junto-me, com esta imagem, ao grupo dos meios de comunicação social que, um pouco por todo o mundo, têm publicado imagens blasfemas. Espero não vir a ser despedido do meu blog!

Comments:
Por mim continuas pela laracha da imagem.
Um abraço. Augusto
 
Perplexo, vai-me fazer a correcção do meu ultimo post, se faz favor, OBRIGADO
 
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4.2.06

Nascimento 

Rothko, Açafrão, 1957 (pormenor)



«Que fique muito claro. Não sou um abstraccionista… Não estou interessado na relação da cor com a forma ou com qualquer outra coisa. Estou interessado apenas em expressar as emoções humanas básicas – tragédia, êxtase, ruína e assim por diante. E o facto de muita gente se ir abaixo e chorar quando se vê confrontada com os meus quadros mostra que consigo comunicar emoções humanas básicas. As pessoas que choram perante as minhas pinturas estão a ter a mesma experiência religiosa que eu tive quando as pintei. E se você, como diz, se emociona apenas com as relações de cores, não entendeu.» Mark Rothko (1903-1970)


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3.2.06

Ide em paz! 

Os blogs que tenho posto em destaque ao longo destes 2 anos e meio desaparecem, acabam, fecham, desistem, param, a um ritmo mais elevado que aquele a que eu aqui coloco os seus links. Mesmo quando parecem começar com ganas de escrever «como se não houvesse amanhã». Dos cerca de 50 que já linkei, 25 já fecharam e dos restantes 25, 4 estão, na prática, fechados.
Parece que fazem jus ao lema «Vive depressa, morre jovem e deixa um cadáver bonito» das estrelas de rock.
Fico sempre um bocadinho ressentido quando isso acontece, mas desculpo-os filosofando que a escrita dum blog representa, muitas vezes, uma catarse para ultrapassar algum engulho da vida e que, ultrapassado o problema ou aceite o novo equilíbrio, o blog se torna desnecessário. Antes isso!

Comments:
Hoje enm dia quase tudo é efémero. É a sociedade do usa e deita fora, do fast qq coisa e depois tudo termina rapidamente.
Pelo menos façamos com q durem as amizades q valem a pena.
Um beijo e bom fim de semana para ti
 
no início, c o entusiasmo da criação de um blog, há ideias e ideias e ideias, dps... elas começam a faltar e... é assim!
 
Eu estou em reflexão...Beijos para ti.
 
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2.2.06

Lugar aos novos 

Luís Sezões, Gata mia

Até 18 de Fevereiro, está na Sociedade Nacional de Belas Artes, na Barata Salgueiro, a exposição dos finalistas de Desenho da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Muitas propostas na área do Desenho, tantas quantos os artistas expostos.
Na imagem, uma foto do vídeo de Luís Sezões.

Comments:
Gosto: a simetria perfeita não existe!...

hum hum (sorriso terno)

olá....perplexo....com muito bom gosto plástico....

b.e.i.j.o.
 
hum hum !
bj
 
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1.2.06

Best of... Novembro de 2004 

Ecologia
Ouço no Prós e Contras que o Hamas e outros grupos que combatem Israel começaram por ser criações do próprio Israel para minar a unidade palestiniana. Pelos vistos, saiu-lhe o tiro pela culatra.
Tenho constatado que o mesmo tem acontecido ao longo de décadas com os Estados Unidos e os grupos que tem criado ou financiado para combater os poderes das zonas que não domina: Mujahedin no Afeganistão no tempo da ocupação soviética, bin Laden pela mesma altura, Xiitas no Iraque. Talvez não sejam dentadas na mão que os alimenta, mas a constatação que os States não os querem ajudar mas, tão só, utilizar.

Vejo nisto uma estreita semelhança com as intervenções desastradas que o Homem faz no ambiente: espalha pesticidas para matar uma praga – morta a praga, morrem também os seus predadores naturais e logo os predadores destes, numa cadeia que por fim afecta o Homem. Ou então, o Homem introduz uma espécie estranha que destrói o equilíbrio anterior e que leva a gastos e trabalhos extremos para tentar repor o equilíbrio anterior.
No campo político, como no campo ecológico, predominam os insensatos.

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