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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

29.8.07

Anselm Kiefer 


No Guggenheim de Bilbao está uma extensa e importante exposição deste pintor/escultor alemão, que trabalha sobretudo em chumbo e em grandes formatos. Estas peças devem ter uns 10 metros de altura, são em chumbo e foram concebidas para funcionar como retábulos simbólicos na igreja parisiense de La Salpetrière.

posted by perplexo  # 18:04
Comments:
Quanto ao Bush, só tenho a dizer que é mais que verdade. É um dos maiores crinosos da História.
Todos os que se calam, são coniventes.
Boa noite.
 
Ora que bem dito...

Todos sabem... e até os americanos começam a saber também.
 
Era bom mas acabou-se, para o ano haverá mais. Inscreve-te no Ora vejamos… para o debate sobre Deus e o Diabo. Se ainda não tens conhecimento do projecto, vai ler as regras.
Um abraço. Augusto
 
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24.8.07

Pronúncia europeia e estupidez natural 


No recente périplo pela Europa, Bush foi compreensivelmente vaiado em todo o lado:
- Go home! Go home!
O presidente do país mais agressivo do mundo, a funcionar em modo WMD, sorria feliz da vida. A certa altura, entusiasmado, disse para a mulher:
- Laura, temos que ir a Roma. Deve ser uma cidade linda! Em todo o lado nos têm aconselhado: Go Rome! Go Rome!

23.8.07

Não se pode ter tudo? 



Este texto está colocado numa mesa de um café público em Albergaria-a-Velha. Para além de ser pouco adequado a um café (sobretudo os vários outros que por lá estão, ainda mais proselitistas), está cheio de erros. Eu conto 28! Apetece dizer que o que a pessoa que escreveu isto deveria pedir a Deus era que a ensinasse a escrever Português, sem erros.

Por outro lado, é um texto positivo, que acorda perspectivas, que dá alguns conselhos úteis, que apela ao lado positivo da vida. E eu, que estou sempre pronto a criticar mais um erro que encontro, questiono-me: o que seria preferível, que o texto estivesse impecavelmente isento de erros ortográficos, mas fosse maçudo, desagradável, apelando ao ódio, ou que seja assim, ingénuo e bem-intencionado, ainda que cheio de erros?

22.8.07

Best of... Agosto de 2006 


Tantas certezas…

Há bocado ouvi o habitual comentário político de António Vitorino na televisão. Não o costumo escutar e hoje percebi porquê. O homem atira com ideias feitas à cara dos espectadores e segue em frente. O que ele faz não é um comentário matizado, meditado com o espectador, é uma palestra de comício. Em 30 segundos disse que Israel é uma democracia e que o Hezbolah é uma organização terrorista e pronto. E seguiu com outras considerações igualmente a preto e branco.

O espectador como eu não precisa da repetição de certas retóricas como a de Bush. Essas, ouvimo-las a toda a hora. Não têm credibilidade. Defendem interesses nacionais inconfessáveis. O que o espectador como eu precisa é de alguém que o ajude a realçar as nuances, a ver o aspecto escondido atrás do acto expresso.

O que o espectador como eu queria perceber é como é que são algumas democracias os agentes mais mortíferos. Como é que foi uma democracia a invadir o Iraque e a matar 100.000 pessoas. Como é que é uma democracia a atingir deliberadamente alvos civis no Líbano. Alguém que nos mostrasse que as democracias são sistemas desejáveis internamente aos Estados mas tão ou mais repressivos que as ditaduras em política externa.

O que o espectador como eu queria entender é porque é que as organizações terroristas têm tantos adeptos. Mas sem a «explicação» idiota das virgens e do paraíso. O que o espectador como eu queria perceber é porque é que têm que ser as organizações terroristas a lutar pela aplicação dum Estado Palestiniano enquanto as democráticas democracias não fazem o menor esforço nesse sentido há mais de 50 anos e calam o miserável extermínio dos palestinianos.

Se eu usasse a linguagem simplista de António Vitorino, ao olhar para o televisor, diria simplesmente: «Olha, é um gordo careca». E pronto. Era isto uma análise honesta? Não. O homem apesar do aspecto imediato tem valor. Teve cargos importantes no PS, no Parlamento Europeu, nomeadamente a nível de Segurança e chegou a falar-se nele para Presidente da República Portuguesa. A realidade é mais rica do que a retórica simplista quer fazer crer.

Para qualquer daquelas funções António Vitorino foi ou seria muito bom, mas depois de o ouvir percebe-se que para comentador político televisivo servirá talvez só para equilibrar a quota televisiva do PS em comentadores políticos.

17.8.07

Efeméride caseira 


Este blogue faz hoje 4 anos - quatro - QUATRO.

Comments:
Também estou quase numa de aniversário, um a menos.
Parabéns companheiro!
 
é bom saber-te/vos por perto
ficao meu ternurento abraço
 
Dou-te os parabéns pela extraordinária coerência e persistência. E pela crescente criatividade, humor e amor à arte.
Abraços
 
Obrigado a todos.
E um abraço a cada um!
 
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15.8.07

Era de esperar… 


Há modas linguísticas que irritam. Ultimamente, não há cão nem gato que não use a expressão «expectável» para significar algo que se pode esperar, que é provável. A mim irrita-me. É que sinto que não é usada por ser bonita – que não é – mas por parecer modernaça. É um novo-riquismo. E isso irrita-me. É que temos uma expressão muito menos enfatuada – «esperável» – que significa o mesmo, que tem uma relação muito mais directa entre significado e significante e que é sonoramente mais harmoniosa.

13.8.07

~O conto é fodido!~ 


A revista Visão está a publicar, por edição, um conto policial baseado num crime real. Cada conto está a cargo de um escritor reconhecido.

O desta semana é de Inês Pedrosa e deixou-me muito desconsolado. Está cheio de lugares comuns, é maçador, matraqueia em demasia a caracterização das personagens que são, às vezes, pouco verosímeis no discurso. E o final é assaz frouxo.
É certo que a tarefa de encaixar todos os factos relevantes conhecidos numa história ficcionada é mais difícil que criar uma história de ficção de raiz. Digamos que a história já existe mas é preciso contá-la de maneira não jornalística e um pouco diferente do que saiu nas notícias para evitar a colagem à notícia real e os eventuais processos por difamação. Mas esta história, feita assim, não é um conto. Chamem-lhe crónica, chamem-lhe narrativa curta, ou retratos psicológicos, mas conto é que não é.

Ao contrário do que pensa o senso comum, o conto não é a antecâmara do romance. É um género que não admite «palha». «Um conto é uma novela depurada de cascalho». A sua característica principal é a intensidade. Um conto precisa de um ponto alto de tensão e de uma resolução desse conflito tanto quanto possível inesperada, mas natural e verosímil. O interesse deve manter-se do princípio ao fim sem se desviar do objectivo. «É como uma flecha disparada para um alvo». «Todas as palavras que desviem o autor um milímetro do tema devem ser aniquiladas».
O conto é dos géneros mais difíceis de dominar.

O da semana passada foi escrito por Francisco José Viegas e começa assim:

«Há barcos que têm o destino traçado», disse o homem mais alto — o de óculos escuros — para o outro, que seguia atrás, com o charuto pendente dos dedos. Ima­ginara-o mais atarracado e mais magro, mas quando ele apareceu, nessa manhã, surpreendeu-o também que ele falasse tão pouco e tivesse aquele ar cansado de quem atravessou o país, ou pelo menos o Alentejo, para lhe dizer que estávamos em Agosto e que isso era uma grande contrarieda­de. Não foi bem assim. Mas na altura pareceu-lhe.
«Agosto é o mês mais fodido.»
Ele olhou-o então, de frente e de baixo para cima (porque estava sentado e o outro de pé) e não pôde deixar escapar um sorriso.
«E Abril é o mês mais cruel», disse Alexandre Monteiro, como se fosse a segunda parte de um diálogo, esperando resposta. Mas o outro não respondeu ao sorriso. Não respondeu a nada, aliás, limitando-se a acender o pequeno charuto com um fósforo que re­tirou de uma caixa.»

Perceberam bem quem é que fala, quem responde, quais as suas características? Eu, não! Tive que voltar várias vezes atrás para saber quem é quem. Só mais à frente fiquei com uma ideia. Parece um daqueles jogos de enigmas em que se indicam dados fragmentários de vários sujeitos para depois o leitor tentar resolver o enigma depois de uma grande dedução lógica, às vezes, com recurso a esquemas gráficos.
Se não, vejamos:
- O homem mais alto tem óculos escuros.
- O que segue atrás leva um charuto nos dedos.
- Um imaginou que o outro seria mais atarracado e mais magro.
- O mesmo constatou que o outro, que tinha atravessado pelo menos o Alentejo, falava pouco e tinha um ar cansado.

Donde se conclui que o que atravessou o Alentejo é alto e gordo. Será o dos óculos escuros?

- À primeira fala, um estava sentado e o outro em pé.
- Quem primeiro falou parece ser o que atravessou o Alentejo.
- A segunda fala é de Alexandre Monteiro.
- O que não falou em segundo lugar é que fuma charuto.

Finalmente, um dado relevante. Podemos então concluir que Alexandre Monteiro é alto e tem óculos escuros. Que atravessou o Alentejo, que é de poucas falas mas falou duas vezes seguidas.
O outro fuma charuto e não diz nada. Não se sabe quem estava em pé e quem estava sentado.

Cultiva-se aqui a escamoteação de dados, não sei com que objectivo. Interesse não traz e prazer na leitura muito menos. E, como que achando que está a exagerar na clareza, diz à sexta linha: «Não foi bem assim. Mas na altura pareceu-lhe». Com caramba!
Para que é que é isto?

Só para lá da linha 100 e a ¾ da narrativa é que condescende em ser claro: «Jaime Ramos chegara essa manhã…». Ok, Jaime Ramos é que atravessou o Alentejo, que teve a primeira fala, apesar de ser de poucas falas, e talvez estivesse em pé. Mas nessa altura o leitor já se está bem a borrifar.

~Não é bem assim, mas na altura pareceu-me.~

10.8.07

Fruta da época 



Os abrunhos

Comments:
Hum, muito bons, os abrunhos!!
Comente os posts do nosso blog e comentaremos o seu!!

Mééé
 
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8.8.07

Dalila 


O Governo demitiu a directora do Museu Nacional de Arte Antiga. O argumento foi que a directora tem um entendimento diferente do tipo de gestão a aplicar naquele museu. É verdade.

Acontece que esta historiadora da arte fez, enquanto ali foi directora, um trabalho excepcional. Conseguiu mecenato importante para o museu. Dinamizou o seu funcionamento trazendo exposições temporárias importantes, divulgando-as, aproximando o museu do público e aliciando-o sem o defraudar, com horários de abertura esporadicamente alargados, inclusão de guias para falar aprofundadamente de várias obras escolhidas, em que ela não se coibia de participar, e o mais que eu não sei.

Quem contactou com ela podia perceber o empenhamento que dedicava àquela casa e a frustração que sentia por não ter autonomia financeira para fazer o que quer que fosse. Todas as verbas conseguidas, quer de mecenato, quer as do maior afluxo de visitantes pagantes, eram entregues ao Instituto Português de Museus que as redistribuía. Será isto o correcto? Talvez sim, talvez não. O que se percebe é a injustiça de pôr um museu a funcionar, como ela pôs, e depois não ter dinheiro para nada e ter dificuldade em obter autorização para comprar o mínimo. Querer pôr o carro a andar em velocidade de cruzeiro e sentir o sistema a travar.

Não é nada que me surpreenda. Qualquer pessoa que tenha experiência de trabalhar numa empresa de certa dimensão sente que se valoriza muito mais a obediência, sobretudo se for cega, que a competência. Percebe-se que não interessa tanto o funcionamento eficaz da empresa como o seu controlo.

Uma certeza ela parece poder ter: quando o regime virar para o PSD ela vai a ministra.

Comments:
Duvido da ultima frase, que nem eles nem estes gostam de contestatários.
Aliás, quem é que esteja no poder gostará de contestatários?
 
Faz muito bem divulgar o número de morte pelo qual esse criminoso é responsável.
 
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6.8.07

Efeméride do terror americano 


Faz hoje 62 anos que os Americanos lançaram uma bomba atómica sobre uma cidade japonesa – Hiroshima - habitada maioritariamente por civis, matando imediatamente 70.000 pessoas. As queimaduras e as sequelas da radiação continuaram a matar nos anos seguintes atingindo um total de 250.000 pessoas.

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