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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

30.1.08

Lento mas persistente, pouco mas constante 


Eu leio pouco e devagar. Ou antes, leio muita coisa devagar e deixo a meio muitas delas. Alguns livros passam a ser apenas esporadicamente consultados. Na minha mesa-de-cabeceira acumulam-se livros começados, meio-lidos, quase-lidos. Alguns ficam, por ali, anos. E há épocas em que nem sequer leio na cama.
Por isso, acabar um livro é sempre uma surpresa, mesmo para mim. Nestes últimos dias acabei vários, o que é verdadeiramente excepcional:

- A História começa na Suméria, de Samuel Noah Kramer, em leitura desde 2000, sobre as descobertas arqueológicas das tabuinhas de barro cozido sumérias, que revelam as mundividências daquelas civilizações do território do actual Iraque, e os vários géneros literários já utilizados, alguns com antiguidades de 5000 anos;

- A canção de Rolando, em leitura desde 2003, clássica canção de gesta medieval, sobre as incursões de Carlos Magno (sécs. VIII-IX), na Península Ibérica muçulmana e o desastre histórico de Roncesvales, nos Pirinéus, em que a retaguarda do seu exército, comandada pelo seu sobrinho Rolando, foi massacrada;

- As pequenas memórias, de Saramago, em leitura há um ano, sobre as recordações de Saramago da sua infância e juventude, quer as urbanas na sua estada habitual em Lisboa, nas inúmeras residências que os seus pais utilizaram, quer as rurais na povoação de perto da Golegã onde passava férias com os avós.

Resta acrescentar que no ano que passou devo ter começado uns 40 livros e acabado 6 ou 7.

O que é que isto vos interessa? Provavelmente nada, mas se eu não fingir que me revelo um bocadinho vocês acabam por não ficar com uma imagem suficientemente enganadora de mim…
:))

posted by perplexo  # 23:14

29.1.08

Fruta dos tempos que correm 



Esta tangerina ou clementina ou «encore», ou lá o que é, tem um sector da casca, muito geometricamente delimitado, de uma tonalidade muito mais clara. É como se um pintor, muito cuidadosamente, tivesse resguardado uma parte e pintado a outra.
Será que as equipas de produção de organismos geneticamente manipulados também já incluem designers...?

Comments:
:-) E são tão docinhasssssss!!
 
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28.1.08

Verão de Janus 



Fonte da telha, 27 de Janeiro de 2008


27.1.08

Hollywood ao ataque 


A indústria cinematográfica é – tem sido – uma das grandes ferramentas de propaganda, talvez a maior, do modo de pensar americano. Exalta a história americana, desde a epopeia (cá está!) da conquista do Oeste, aos feitos da II Grande Guerra ou, mais recentemente, contra os soviéticos e outros eleitos para passarem por maus. Divulga os valores americanos através da ficção que mostra a interacção das personagens dos seus filmes. Mostrar é divulgar, divulgar é promover, promover é enaltecer, enaltecer é dar para exemplo a ser copiado. Foi assim que nos habituámos a ver os vilões dos filmes como vilões da realidade, que nos habituámos a vibrar com as habilidades espertíssimas dos agentes secretos americanos, apesar de deixarem os locais por onde passavam pejados de cadáveres, que nos habituámos a aceitar a resposta física violenta e o uso de armas como reacção aos desentendimentos.

Aparentemente, Hollywood está a começar a dar uma mãozinha ao regime, tentando talvez minorar a sua descredibilização que Bush acelerou. Não estranho esta atitude dos patrões de Hollywood. O mesmo não posso dizer de alguns realizadores e actores que considerava:
- Há tempos fui ver «Peões em jogo» e fiquei varado ao ver a personagem de Robert Redford a incentivar e a convencer alunos universitários a fazerem algo pelo seu país – irem lutar no Afeganistão – quando estão pouco motivados pelos estudos. E era como causa defendida e não como crítica.
- Há umas semanas fui ver o filme «Censurado». A sinopse parecia apontar para a censura exercida sobre a divulgação do que verdadeiramente se passa no Iraque. O título é um equívoco. Trata do episódio a que já me referi em 08/07/06 «que envolveu uma violação e quatro homicídios de civis, incluindo a execução de uma criança de 5 anos», mas fá-lo de maneira tão anódina que quase não se sente revolta por estes actos bárbaros. Os actores são maus, pouco convincentes. Quase não se dá pela tal censura que o título promete. Tudo acaba com a ideia que nem todos os soldados americanos no Iraque são de baixa extracção moral e, talvez, até fique a compreensão de que, coitados, estão sob grande pressão…
- Numa entrevista na televisão, sobre o filme «Detenção secreta», ouvi Meryl Streep dizer que, meditando sobre o assunto, chegou à conclusão que se a tortura de um suspeito de terrorismo evitar milhares de mortos, então acha a tortura aceitável.

O argumento é antigo. É o argumento utilizado pela América para justificar o lançamento de duas bombas atómicas sobre o Japão em 1945. É o argumento da quantidade e do mal menor. E, claro, é um argumento perigoso. É um argumento que permite ignorar todos os princípios humanitários, ou seja, é o caminho para a barbárie.

Gostaria de saber o que é que ela acha desta frase emblemática na t-shirt do Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés! Estou convencido que não passa duma palavra de ordem radical destinada ao ambiente rebelde dum concerto da banda. Mas está em sintonia com o esquema mental de Meryl Streep – sacrificar 1 para salvar milhares.


Comments:
Seria um pouco lunático da nossa parte, desejarmos que os americanos se incriminassem uns aos outros. Aproveitam da melhor maneira a máquina de propaganda que têm, o cinema. O seu sucesso não se deve a eles, mas aos que consomem o americanismo.
Um abraço. Augusto
 
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26.1.08

Best of... Janeiro de 2007 


Hoje li

A poucos dias do choque militar de Alcácer-Quibir, Abdelmaleque, rei mouro de Marrocos, terá enviado ao atacante, D. Sebastião, a seguinte missiva:«Vós buscais-me sem razão e quereis comigo guerra injusta, que a Deus não apraz, nem é disso contente nem servido. Sabei que isto há-de custar mais vidas do que pode caber de grãos de mostarda num grande saco…»

A ameaça profética faz lembrar as palavras de Saddam – «Esta é a mãe de todas as batalhas!» – e o mortífero resultado, só no Iraque, ultrapassa já Alcácer-Quibir em muitos sacos.

Abdelmaleque morreu ainda antes da batalha mas ninguém contesta que o invasor foi derrotado e expulso.

19.1.08

Expressiva 


Receber um vídeo engraçado de um amigo pode ser interessante. Quando o recebemos pela décima vez é que já não é tão interessante.
Pôr um vídeo engraçado num blog pode-se justificar. Já é injustificável que algum blog viva apenas de material produzido por outros e faça constantes brilharetes com vídeos dos quais não tem qualquer mérito. Parece que o dono do blog não tem nada a dizer e serve apenas de repetidor de «enlatados».
Eu tenho evitado pôr neste blog vídeos e outro material não produzido por mim a que não acrescente nada, porque privilegio a expressão original, ainda que de menor qualidade. É o caso deste meu primeiro vídeo que publico. É de muito má qualidade técnica (porque a imagem foi captada dum televisor e sem a necessária correcção de focagem) mas não conheço nada igual.

Pretende dar a apreciar o extraordinário trabalho expressivo duma tradutora para linguagem gestual do que estava a ser discutido na Assembleia da República (se bem me lembro). Foi captado apenas o quadradinho apresentado ao canto da imagem do Canal Parlamento, com música que estava a ser passada, nesse momento, na Antena 3. Quem se move assim gosta e valoriza o que está a fazer. Apreciem!



Comments:
Incomum, de facto.
E aqui fica um novo espaço, que os outros estão em "morte lenta", infelizmente.
 
Tamanha gestualidade e da Assembleia da República??????
Beijinhos
 
É isso mesmo, trabalhar com entusiasmo é coisa que falta a muita gente. Um abraço austral.
 
Admira-me é se ela, apesar da velocidade, consegue acompanhar a enxurrada dos disparates que lá se dizem.
Um abraço. Augusto
 
olá. Sou a irmã da tradutora e achei piada ao teu comentário. Aproveito para ver o teu blog.
 
Olá irmã! Saudações à tradutora com admiração!
Bj
 
ela gostou e eu fiquei a conhecer um blog interessante
 
Amiable post and this post helped me alot in my college assignement. Thanks you for your information.
 
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14.1.08

Imagens do insólito 

Comments:
Não consigo perceber a ideia.
Um abraço. Augusto
 
É por isso que, para nós, é insólito!
Abraço!
 
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8.1.08

Imunes ao vírus 


Apesar da comunicação social manipulada, quer nos Estados Unidos quer cá, pessoas há que, como se dispusessem de uma firewall, conseguem vislumbrar a carta marcada na manga e mantêm uma capacidade de pensar autónoma. Uma dessas pessoas é o escritor Mário de Carvalho de quem colhi as seguintes palavras na Visão, acerca de Hugo Chávez e da maneira como é tratado pelas «vozes do dono»:

(…) Pessoalmente, abomino os estarda­lhaços e os alaridos populistas. Mas a perseguição da figura pelos aparelhos de propaganda não tem que ver com isso. As partes gagas dos políticos são avalia­das com complacência pela ortodoxia dominante, desde que eles se curvem a sacrossantos desígnios imperiais. Com­portamentos grotescos em Portugal, ca­pazes de envergonhar o mais alarve, não incomodam quem decide sobre a forma­tação das opiniões.
A razão para o condicionamento da opinião pública contra Chávez, por in­termédio das televisões, das redacções dos jornais e das criaturas políticas mais servis, é muito simples: ele põe em causa o poder dos patrões e do patrão de todos os patrões. Está do lado dos pobres, quer melhorar-lhes a vida, pisa os interesses das ricas escórias sociais latino-america­nas e isso é imperdoável.
(…) Que se saiba, não tem campos de tortura, nem presos políticos, não pratica a pena de morte, não intruja nas instâncias interna­cionais, não desvia os recursos nacionais, nem se lhe conhecem enfeudamentos a interesses predadores, nem na América nem na Arábia Saudita. Tampouco inter­vém com armas no outro lado do mundo, matando gente e destruindo património, desfazendo nações e equilíbrios, maltra­tando prisioneiros e espalhando a vio­lência e a infelicidade. Não consta como ho­mem de mão de causas sujas, sacrificando o clima, o bem-estar e o futuro da Humanidade à ganância de onzeneiros ávidos. Não é responsável pelo assustador naufrágio do prestígio dos EUA, nem incompatibilizou a sigla com as noções de Civilização, Demo­cracia e Liberdade.
Pode não se apreciar o estilo do homem. Mas perante a prepotência e o descaro da opi­nião manipulada apetece exclamar provoca­toriamente: Que Viva Chávez! Até ver...

Comments:
Subscrevo totalmente o Mário de Carvalho.
Um @bração meu irmão

Zé do Telhado
 
Ah sy porque hay que callar sy los provocas, sy incómodo, sy no te vendes, sy no te callas te matan, o entonces te humillan.

Viva Chávez
Que no se calle!

:-)

Beijos

Noel Santa Rosa
 
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7.1.08

Os malefícios da comunicação social controlada – 2 


No Daily Show da CNN, Jon Stewart, entrevistou Al Gore, a propósito do lançamento do seu livro «O assalto à Razão». Gore expressou aquilo que a CIA já admitiu há muito: que Saddam e o Iraque nenhuma ligação tinham à al-Qaeda nem tiveram nada que ver com o 11 de Setembro. E que os dados disponíveis antes da invasão do Iraque eram suficientemente, pelo menos, duvidosos para que não se avançasse para a solução final. Dados a que a comunicação social fechou os olhos, cobarde e desonestamente. Disse que o clima era tal que todos temeram ser acusados de falta de patriotismo. E perder empregos – o pessoal das redacções – ou concessões, audiências, publicidade – as empresas.
Por isso, não me venham falar de comunicação social independente, mesmo que, ou sobretudo se, for dependente do mercado e dos seus mecanismos economicistas.
Ambos concordaram que a única maneira de contornar este controlo multi-tentacular era através do entretenimento em geral e do humor em particular.

Comments:
Quando chegará o tempo de ajuizarmos de qual seria a nossa vida sem os americanos.
Bom ano. Augusto
 
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6.1.08

Entre gente remota, com a alma cheia de campo 


Na gare marítima de Alcântara está, até 30 deste mês, a exposição «Traços da diáspora portuguesa», subordinada ao tema da emigração portuguesa ao longo dos tempos.
Lá se vão encontrar alguns fragmentos dessa realidade que nos tocou a todos e que, por isso, às vezes, emociona.



O fenómeno da emigração tem esses aspectos da partida (na tristeza dos que ficam, no entusiasmo temeroso dos que vão), da interacção dessas comunidades que se formam nos países de acolhimento com as outras comunidades, e a questão do regresso ensaiado ou concretizado, que altera até a fisionomia urbana do país.

Dum painel da exposição retirei o seguinte texto:

Sonhos de pedra e cal
Em muitos processos de migrações internacionais, quaisquer que sejam os países de origem ou de destino envolvidos, é frequente que exista a intenção de um dia acontecer um regresso à terra de onde se saiu. Quer este propósito se venha ou não a efectivar, a construção de uma casa nova na terra natal, muito mais cómoda e bonita do que aquela que antes habitavam, constitui um sonho que muitos procuraram realizar.

Não é uma casa qualquer; se possível, ela deve espelhar toda a magia da imaginação que a concebeu, ser a expressão do sucesso que se aspirou atingir, justificar visivelmente todos os esforços e sacrifícios consentidos, mostrar a maior diferença possível em relação às outras casas existentes.

Na segunda metade do século XIX, surgem na parte norte do país as chamadas “casas de Brasileiro”. Ricas e apalaçadas, desenhadas por bons arquitectos, construídas com materiais nobres, pintadas com cores vivas e com jardins frondosos onde sobressaíam as palmeiras imperiais, procuravam espelhar o sucesso alcançado por aqueles que regressavam ao país, vindos do Brasil, com considerável riqueza amealhada.

Na viragem do século XIX, no arquipélago dos Açores, afirma-se a arquitectura baleeira, de estilo importado da Nova Inglaterra por emigrantes açorianos, com a utilização de paredes revestidas a madeira, de que se podem apreciar bons exemplares nas ilhas do Pico e do Faial.

Após a década de 60, nascem por quase todo o país as chamadas “casas de emigrante”, amplas, confortáveis e de boa construção, reflectindo, em muitos casos, a visão pessoal de estéticas e de estilos provindos de diversas partes da Europa.



Estas casas distinguem-se em geral das que as cercam, mais simples e mais rústicas, pois que tal foi o propósito da sua concepção e construção. Em Portugal, centenas ou até milhares de aldeias, antes com um aspecto muito pobre e degradado, rejuvenesceram, oferecendo um panorama novo, modernizado e urbano em espaços de anterior fisionomia rural.

Assim o sonho dos emigrantes encontrou uma das suas expressões na visibilidade das novas construções que hoje, como já no passado acontecera, estão presentes em todo o país. E, hoje como ontem, a estranheza que o seu gosto, às vezes arrojado ou mesmo insólito, de início despertou, veio a diluir-se naturalmente com o passar dos tempos…


A visita a esta exposição é também oportunidade para recordar os painéis de Almada Negreiros daquela gare.


5.1.08

Imagens da cidade 

4.1.08

Post eventualmente classificável como demagógico 


A Al-Qaeda venceu este embate – o rali Lisboa-Dakar foi anulado. Nem foi preciso, à Al-Qaeda, empreender nenhuma acção militar. O medo venceu.

O Mundo prefere deixar os Judeus instalarem colonatos em terras palestinianas e prefere deixar ocupar países muçulmanos por tropas estrangeiras (e cristãs), do que ter liberdade de circular por todos os países do Mundo e liberdade de manter o acesso às fronteiras com um mínimo de controlo.

3.1.08

Artista desperto 


Terry Jones - um dos famosos Monty Python - está em Lisboa para ensaiar o musical Evil Machines. O libreto foi escrito por ele e a música é do compositor Luís Tinoco. A estreia mundial está marcada para 12 de Janeiro, no Teatro S. Luiz.
Artista desperto, como demonstrou em 13/12 no lançamento dum livro dos Monty Python na Fnac-Chiado, Terry Jones escreveu a seguinte carta aberta ao jornal londrino London Observer, em Janeiro de 2003, num momento em que Bush intoxicava a opinião pública com as mentiras das Armas de Destruição Maciça, como forma de tornar tragável o seu hediondo acto da invasão do Iraque, perpetrado 3 meses depois.

Domingo, 26 de Janeiro de 2003

Caro Observer

Estou bastante excitado com o último argumento do George Bush para bombardear o Iraque: ele está a ficar sem paciência. E eu também! De há algum tempo para cá estou a ficar mesmo passado com o Sr. Johnson, que vive algumas casas a seguir à minha. Com ele e com o Sr. Patel, dono da loja de comida saudável. Têm ambos andado a deitar-me uns olhares estranhos e tenho a certeza que o Sr. Johnson está a planear alguma coisa contra mim. Não consegui foi ainda descobrir o quê. Já fui à casa dele várias vezes para ver o que ele andava a tramar, mas ele tem tudo muito bem escondido. Isto só mostra como ele é falso.
Quanto ao Sr. Patel, não me perguntem como é que sei, mas eu sei – e a partir de fontes seguras – que ele é na verdade um Assassino em Massa.

Enchi a rua de folhetos dizendo que se não agirmos primeiro, ele dará cabo de nós, um por um. Alguns dos meus vizinhos dizem que se eu tenho provas, porque é que não vou à polícia? Mas isso é simplesmente ridículo. A polícia vai dizer que precisam de provas antes de acusar os meus vizinhos de um crime. Eles vão arranjar um monte de burocracias e falar dos prós e contras de um ataque preventivo e tudo o mais. Enquanto isso o Sr. Johnson irá continuar a finalizar os seus planos para me fazer coisas terríveis e o Sr. Patel irá silenciosamente assassinar pessoas.
Dado que eu sou o único com armas de fogo suficientes, acho que me cabe a mim manter a paz. Mas até à data isso tem sido um bocado difícil. No entanto, agora o George W. Bush tornou claro que tudo o que eu preciso é perder a paciência e depois posso avançar e fazer o que me der na cabeça! E se formos a ver, a política cuidadosamente pensada do Sr. Bush em relação ao Iraque é a única forma de promover a paz mundial e a segurança. A única forma segura de evitar que os bombistas suicidas muçulmanos e fundamentalistas ataquem os EUA e o Reino Unido é bombardear uns quantos países muçulmanos que nunca nos ameaçaram.
É por isso que eu quero explodir com a garagem do Sr. Johnson e matar a sua mulher e filhos. Atacar primeiro!

Isso vai-lhe ensinar uma lição e depois ele vai deixar-me em paz e parar de olhar para mim daquela maneira inaceitável. O Sr. Bush deixa claro que tudo o que precisa de saber antes de bombardear o Iraque é que Saddam é um homem mau e que tem armas de destruição maciça – mesmo que ninguém as consiga encontrar. Tenho a certeza de que tenho tanto direito de matar a mulher e filhos do Sr. Johnson como o Sr. Bush tem de bombardear o Iraque. O objectivo a longo prazo do Sr. Bush é tornar o mundo um lugar seguro, eliminando para tal os "estados delinquentes" e o "terrorismo". É um objectivo a longo prazo muito inteligente porque, como é que se vai saber que ele já foi atingido? Como é que o Sr. Bush sabe quando é que acabou com todos os terroristas? Quando é que todos os terroristas morreram?

Mas, e então um terrorista só é um terrorista quando comete um acto de terror. E o que fazer acerca dos potenciais terroristas? Esses são os que queremos mesmo eliminar, dado que a maioria dos terroristas conhecidos, ao serem bombistas suicidas já se eliminaram a eles mesmos.
Talvez o Sr. Bush precise de eliminar todas as pessoas que possam vir no futuro a ser possíveis terroristas? Talvez ele nunca tenha a certeza de ter alcançado o seu objectivo até que todos os fundamentalistas muçulmanos estejam mortos? Mas, e então alguns muçulmanos moderados podem converter-se ao fundamentalismo.

Talvez a única medida segura seja o Sr. Bush acabar com todos os muçulmanos?
Passa-se o mesmo na minha rua. O Sr. Johnson e o Sr. Patel são apenas a ponta do iceberg. Existem inúmeras pessoas na minha rua que eu não gosto e que – com franqueza – me deitam olhares estranhos. Ninguém estará completamente seguro até eu ter acabado com todos.
A minha mulher diz-me que eu sou capaz de estar a ir longe demais, mas eu respondo-lhe que estou apenas a utilizar a mesma lógica do Presidente dos Estados Unidos. Isso fá-la calar-se.
Tal como o Sr. Bush, eu perdi a paciência e se isso é uma razão suficiente para o Presidente, também é suficiente para mim. Vou dar à rua duas semanas – não, 10 dias – para sair cá para fora e entregar todos os extraterrestres e sequestradores interplanetários, bandidos galácticos e patrões do terrorismo interestelar e se eles não os entregarem todos a bem, dizendo "Obrigado", vou fazer explodir a rua toda sem dó nem piedade.

É apenas o mesmo que o George W. Bush propõe e, ao contrário do que ele quer, a minha política irá apenas destruir uma rua.

Atenciosamente,
Terry Jones

Passaram 5 anos, tudo é mais claro agora. Mas será que conseguimos ver com clareza que basta alterar Iraque para Irão para que tudo esteja actual?

2.1.08

Imagens da província 

Comments:
A última vez que vi algo de semelhante, no lugar de um contador tinha um santinho.
Foi na beira da estrada.
Será que as devoções mudaram?
 
Estou a pensar processar-te por publicação de fotografia pessoal!
 
Realmente! Ficaste demasiado enfeitado. Nem pareces tu!
 
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1.1.08

Os votos de cada um 


A minha passagem de ano foi no «Terreiro do Paço». Com o Pedro Abrunhosa. Para ele, o voto é que 2008 seja o ano em que acabem os pequenos ditadores de província. Com referências explícitas a Rui Rio e João Jardim.
Ele, provavelmente, tem razão. Talvez o mais importante seja acabar com esses e outros pequenos mosquitos que nos infernizam a vida do dia-a-dia.

Eu, apesar de poder estar enganado, acho que o mais urgente é tornar inoperativa a ditadura global, a dos Estados Unidos, aquela que mata centenas de milhares de pessoas, aquela comandada actualmente pelo grande assassino Bush. E que peia o caminho dos povos. «Só há liberdade a sério quando houver liberdade de mudar e decidir».

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