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Universos Assimétricos

Uma História de Agressão

28.3.10

Best of... Março de 2009 


O maroto do Pomar!


Na galeria de retratos do Museu da Presidência da República, está um retrato que todos acham desenquadrado. Trata-se do retrato de Mário Soares pintado por Júlio Pomar. Na sequência de uma dúzia e meia de retratos austeros, solenes, escuros, dos presidentes antecessores, surge este, geralmente qualificado de «pouco ortodoxo, inusitado, irreverente, exemplo de expressividade e modernidade, que retrata o verdadeiro Soares, descontraído e sem pose», etc.

Realmente ser-me-ia inesperado se eu não o conhecesse já, da comunicação social. Tinha-me parecido um tanto arrojado, mas não tinha atentado bem nos pormenores. Nunca tinha estado ao pé dele.
A obra de arte vista ao vivo parece que comunica melhor o que tem para dizer.
O que choca mais é a forma tosca da mão direita, que obviamente, está a gesticular, como quem argumenta. O braço esquerdo pareceu-me numa posição estranha, bizarra. Não se percebe como é que ele pode ter o braço naquela posição.

De repente, a luz. O dedo da mão esquerda, apontado para si próprio, tem uns traços junto à ponta, a indicar oscilação, como na banda desenhada. «Olhe que não!; olhe que não!». O braço não é dele, é do Cunhal. Por isso o braço não parecia dele. Então reparamos que até a cor da manga é diferente. Aquele retrato conta um momento, talvez o momento mais famoso do PREC, quando os dois líderes dos dois partidos mais influentes em 75 se confrontaram em frente às câmaras da RTP.

Grande malandro, o Pomar! Quase que enganou toda a gente. Eu, pelo menos, nunca ouvi sugerir esta leitura.

Então, tornamo-nos desconfiados. O que mais terá o Pomar escondido na tela? Certamente que aquele rosa por cima da mão direita não é para chamar troca-tintas ao seu amigo, mas a cor ali muda, por efeito do gesto da mão, dum sombrio e nocturno azul que tudo envolve, para um festivo e diurno rosa, como quem limpa uma superfície embaciada por uma longa noite.
O Soares está numa cadeira com francas conotações de poder, por causa dos dois leões nos braços da cadeira. Está inclinado para a sua esquerda, para onde a gravata também aponta. O leão do braço direito, em traços mais conservadores que o leão do braço esquerdo, parece a cara de alguém. Quem? Esta, eu não quero arriscar. Pela cor do braço, podia ser o Cunhal; pela posição à direita, podia ser o Spínola. Aliás, o olho esquerdo do leão parece que tem um monóculo. Ou será uma leoa? Quem seria a leoa-braço direito de Soares? Parece evidente a resposta. Mas isso, só perguntando ao Pomar.


posted by perplexo  # 22:57

22.3.10

Impressionante 




A Mina de S. Domingos é uma antiga exploração mineira cujas primeiras explorações em galeria remonta aos Fenícios e aos Romanos. Ultimamente, foi explorada a céu aberto pelos Ingleses que a abandonaram em 1965, quando o minério esgotou. O que resta é uma enorme zona poluída, onde o PH de algumas águas chega abaixo do valor 3, pelo que são perigosas e nada cresce à volta delas.

Choca perceber a diferença de bem-estar desfrutado pelos mineiros – com famílias em casinhotos de poucos metros quadrados – em contraste com o conforto da elite inglesa, com casarões e zonas de convívio, mas choca mais, pelo menos agora, a dimensão latifundiária do desastre ecológico.

Um passeio muito pedagógico.


Comments:
Reparou que os ingleses levaram tudo com eles menos a rede do campo de tenis?
 
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20.3.10

Milagrismo hereditário 





Esta é a mulher de D. Dinis, Isabel de Aragão (1271–1336), mais conhecida por Rainha Santa Isabel. Donde lhe vem a santidade?

«A rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: “São rosas, Senhor!” Desconfiado, D. Dinis inquirira: “Rosas, no Inverno?” D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara.»

Curiosamente – nesses tempos em que os animais falavam – isto de capacidades milagreiras era hereditário. Já a sua tia-avó, Isabel da Hungria (1207–1231), além de outros prodígios, teria feito um milagre das rosas.

«Certa vez, quando levava algumas provisões para os pobres nas dobras de seu manto, encontrou-se com seu marido, que voltava da caça. Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas vermelhas e brancas, embora não fosse época de flores.»

Esta Santa Isabel sénior era também sobrinha de Santa Edwiges, tia das santas Cunegundes (Kinga) e Margarida da Hungria e prima de Santa Inês de Praga. Foi canonizada em 1235.

A nossa Rainha Santa foi beatificada em 1516 e canonizada em 1625. Por isso, agora está nas igrejas. Aqui, na igreja do Convento de Mafra.


18.3.10

Toponímia depressiva 




Há um ano andei pelas ruas da amargura.

E pelos becos.


Em Arruda dos Vinhos.


15.3.10

Neve no mar? 





Neve? Sabão?

Não. Apenas espuma do mar puxada a vento.

Na Praia da Adraga em Janeiro de 2009.

10.3.10

«O meu pai é o Pinto da Costa» 





Tenho uns posts catitas para postar, mas ando muito preguiçoso e vou adiando, adiando, mas hoje ao dar com este vídeo não resisti e posto-o por impulso para mostrar como este tipo que parece envolvido numa série de operações pouco claras da PT e de outras empresas anda a fingir-se de débil mental.
A retórica da inimputabilidade parece estar na moda, como preparação prévia de defesa.

Comments:
O futebol é usado para acalmar as massas.
Pra tirar importância a tudo.
Pra encobrir todo o tipo de roubos e falcatruas.
É usado desde sempre pra tirar as cabeças das pessoas dos assuntos dos governos. É criminoso. É manipulador.

Quando um homem crescido fala em futebol como se fosse um assunto a sério ilumina-se o letreiro a dizer palonço.

Abaixo esta gangrena social!
 
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